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16/04/2023 às 22h30min - Atualizada em 16/04/2023 às 22h14min

Como pacientes com Parkinson podem manter uma boa qualidade de vida

Por Laira Souza - Editada por Uilson Campos
iStockphoto.com.br

 

O Parkinson é uma doença neurológica crônica e progressiva que afeta principalmente a capacidade do cérebro de controlar os movimentos do corpo. Ela ocorre quando as células nervosas que secretam dopamina, um neurotransmissor que ajuda a controlar os movimentos, morrem ou ficam danificadas.

Os sintomas do Parkinson podem incluir tremores, rigidez muscular, lentidão dos movimentos, dificuldade para caminhar e manter o equilíbrio, além de alterações na fala e na escrita. Embora não haja cura para o Parkinson, existem tratamentos que podem ajudar a controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida das pessoas submetidas.

Em 1997, a OMS proclamou o 11 de abril como o Dia Internacional do combate à Doença de Parkinson, com o objetivo de aumentar a conscientização. Recentemente, a jornalista Renata Capucci, de 49 anos, declarou ter a Doença de Parkinson, causando grande repercussão na mídia. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 200 mil pessoas vivem com a doença no Brasil e esse número poderá dobrar até 2040.

Tratamentos multidisciplinares são fundamentais para manter a qualidade de vida, mesmo com o avanço natural da doença devido à idade.  Syomara Cristina Szmidziuk atua há 33 anos como terapeuta ocupacional e tem experiência no tratamento em reabilitação de pacientes com lesões neuromotoras. Ela afirma que o primeiro passo para iniciar o tratamento da Terapia Ocupacional com o paciente que tem Parkinson é fazer uma avaliação bem completa, porque os detalhes colaboram para um planejamento correto e individualizado.

Após a avaliação, o foco inicial da Terapia Ocupacional é intervir no que mais incomoda o paciente no processo de enfrentamento da enfermidade, propondo melhorias. “Quanto mais autonomia esse paciente tiver, menos chance de ele apresentar demência e depressão”, finaliza.

Com o avanço da doença, o paciente perde suas funções mais primárias, ou seja, as do cotidiano, tais como o autocuidado e alimentação, podendo apresentar dificuldades em vestir-se desde o planejamento da roupa até a execução, bem como na higienização e locomoção. Perdas cognitivas e motoras, coisas simples como escrever, abrir uma garrafa ou até cortar as unhas viram tarefas desafiadoras. Muitos pacientes deixam de fazer essas atividades, necessitando de cuidadores. Por isso, é muito importante realizar um trabalho conjunto com os familiares e cuidadores para melhorar as condições do local onde o paciente mora e evitar riscos. “Modificações como antiderrapante nos pratos e alterações no mobiliário fazem diferença”, exemplifica a terapeuta ocupacional.

A independência do paciente com Parkinson deve ser priorizada, já que isso afeta sua qualidade de vida. Para isso, Syomara Cristina Szmidziuk aponta que quanto mais cedo tiver início o tratamento multidisciplinar, maiores as chances de retardar os avanços da doença. Esse tratamento inclui Fisioterapia, com exercícios de fortalecimento muscular visando manter a postura, o equilíbrio e a mobilidade, reduzindo a chance de quedas. Além disso, exercícios funcionais, que visem melhorar as habilidades motoras e a capacidade de realizar atividades cotidianas, como caminhar e sentar e levantar. Os profissionais de educação física também podem atuar através da condução de exercícios aeróbicos de baixo impacto, como caminhada, ciclismo ou natação, ajudando a melhorar a função cardiovascular e a resistência física. Sessões de fonoaudiologia podem ajudar no que se refere aos distúrbios da fala, voz e deglutição, que são característicos da doença devido à paralisia dos músculos da face. Já a Terapia Ocupacional atua potencializando a vida cotidiana, adaptando utensílios como escovas de dentes e talheres, além de adaptar pisos e orientar sobre barras de apoio para melhorar a locomoção. Seu principal objetivo sempre será a manutenção da autonomia e autocuidado.

“Pacientes que vivem com Parkinson podem apresentar apatia, depressão e até perda de interesse pelo tratamento, por isso, acompanhamento psicológico contribui para o enfrentamento das alterações no físico e na funcionalidade.”, afirma a terapeuta ocupacional.

A recomendação sobre ter uma vida ativa é indicada para qualquer pessoa e no caso de quem convive com a doença de Parkinson, é uma questão de necessidade para manutenção da autonomia. O apoio da família e a ajuda de bons profissionais é fundamental para o sucesso do tratamento, que deve ser feito ao longo de toda a vida. 


 
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