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23/04/2023 às 22h20min - Atualizada em 23/04/2023 às 20h45min

Brasil é o 2º pior país do mundo para dirigir

Segundo estudo da OCDE, a baixa qualidade das estradas e o alto nível de congestionamento são alguns dos principais problemas

Por Rafael Holanda - Editada por Uilson Campos
Imagem: Luna luna / Reprodução: Pexels

Um levantamento realizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), constatou que o Brasil está apenas atrás da Rússia no quesito de qualidade de vida no trânsito. O Instituto verificou que um dos pontos relevantes que deixam o país nessa posição, seria a baixa qualidade das vias e rodovias, além do congestionamento excessivo. Em seguida no ranking dos piores países, estão: o México, a África do Sul e a Irlanda, respectivamente.

 

A má gestão da mobilidade urbana acarreta, há anos, sérios problemas na vida dos moradores das regiões metropolitanas das cidades brasileiras. Devido à precariedade do transporte público, a população vê a necessidade de se obter um veículo próprio. Um dos efeitos disso é que o poder público, por não investir, modernizar e disponibilizar um transporte público de qualidade para mais regiões, lida com o crescente número de veículos nas ruas, ocasionando engarrafamentos em vários pontos das cidades e o bloqueio das vias públicas. As consequências logo podem ser observadas: atraso para ir a compromissos pessoais, problemas de saúde, como por exemplo, dores de cabeça e estresse. De acordo com o Departamento de Trânsito (Detran) de São Paulo, até junho de 2022, de acordo com dados mais recentes do órgão, foram mais de 23 mil carros emplacados no município.

 

Os quilômetros de carros enfileirados são um sintoma da falta de alternativas e investimento na mobilidade urbana, e as autoridades públicas são as responsáveis por este quadro, pois não disponibilizam o transporte em massa necessário. O investimento no transporte metroviário e em ferrovias, poderia trazer um alívio para os usuários das principais vias públicas. Um dos motivos que fazem a população não utilizar este meio de transporte é a superlotação e o fato de não estar disponível para outras regiões mais afastadas dos grandes centros. Observa-se também que não há investimento na malha ferroviária.

 

Com mais veículos nas ruas, aumenta-se também a poluição e os acidentes de trânsito. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima em 45 mil mortos anuais e $50 bilhões de custo econômico o resultado dos acidentes de trânsito no Brasil. Em 2017, esses acidentes foram a principal causa de mortes de crianças entre 5 e 14 anos no país. Para começar o processo de solução, os especialistas são enfáticos: “educação e fiscalização são necessários para que as pessoas não se comportem de maneira irresponsável e seja assegurado um comportamento que não ponha em risco a vida da população’’, afirma o especialista em trânsito, David Menezes.

 

Menezes também complementa que não há resultado imediato e que uma das medidas que podem ser adotadas, seriam algumas alterações na legislação de trânsito, como para rever velocidades de algumas vias e o investimento em transporte público de qualidade, metrôs e ferrovias para que a posição do país no ranking tenha uma classificação melhor. Ele também destaca que recentemente a legislação mudou para punir com mais rigor, o homicídio culposo de trânsito.

 

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