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26/07/2019 às 02h53min - Atualizada em 26/07/2019 às 02h53min

Relacionamento abusivo - sinais de uma união nada saudável

"Se o amor da nossa vida for outra pessoa, ela só pode ser real se for você mesma", destaca a psicóloga

Rosivaldo Vitorino - Editor: Ronerson Pinheiro
Foto: Reprodução/Gazetaweb

Tentar mudar os hábitos alheios, controlar as particularidades impondo situações constrangedoras e humilhantes ao parceiro(a) é considerado relacionamento abusivo. Para muitas pessoas resume-se apenas em violência física e por isso, na maioria das vezes, muitas não conseguem identificá-los na própria vida e só é percebido quando a situação chega no limite: a agressão física. Considerado tabu pela grande maioria, transpassa a mudança de comportamento bem como para a violência física, emocional ou psicológica.

Para a psicóloga clínica, Bárbara Freire, o não abrir mão de momentos e até pessoas pode ocasionar a insegurança por parte do parceiro que chamamos de manipulador. “O abusador quer manter o controle pois se sente inseguro e muitas vezes até inferior. Só consegue ter a sensação de segurança quando tiver o total controle da situação. A vítima que tem medo de perder o amor do outro, prefere se colocar sob controle dele e aceitar as situações como se fosse algo normal para um relacionamento”, explica.

Segundo a psicóloga, no início é comum que o abusador seja gentil, cortês e até bajulador, mas o cenário infelizmente pode mudar. “No início é comum a gentileza. Quando ele começa a se sentir ameaçado imaginariamente, ele então começa a manipular as situações para se manter no controle”, esclarece. De acordo com Bárbara, os sinais começam a se tornar visíveis quando a situação chega a um ponto incontrolável. “É abusivo se a briga terminar em cuspe na cara ou quando durante discussão quebra-se objetos, socos na mesa, portas e paredes. Se ele não te respeita e quando você o confronta ele consegue colocar a culpa em você de alguma forma.  São inúmeros os sinais perceptíveis de que você está em relacionamento nada saudável”, completa.

“Ele foi me monitorando sem eu saber”, conta a jornalista

A jornalista Karla Gonçalves, conta que no início de 2015 estava em um relacionamento aparentemente saudável, porém, tudo foi mudando. “O meu ex-namorado começou a invadir a minha privacidade, onde ele hackeou meu Facebook, Instagram e no WhatsApp ele via com quem eu conversava. Não gostava de determinadas roupas que eu usava, do meu cabelo, dos meus amigos”, conta. Karla diz que era perseguida virtualmente 24 horas por dia. “Tudo o que eu fazia estava sendo monitorado por ele, sem que eu tivesse a mínima ideia. Ele colocou um programa no meu notebook, sem eu saber e ficava me questionando até sobre as séries que eu assistia”, explica a jornalista.

Karla conta que aos poucos ele foi moldando da forma que ele me queria. “Na frente dos meus pais ele era simpático, mas bastava sair de perto deles que ele mudava completamente. Na época, ainda era muito apegada ao conceito que a igreja traz até hoje de que a mulher deve suportar, ser submissa, deve esperar e orar pela mudança do outro. Isso não aconteceu. Sofri psicologicamente. Foram dois meses de puro estresse e tristeza por me ver naquela situação”, conta.

Ela não procurou auxílio médico, mas recebeu ajuda de seus amigos mais próximos, onde chegou avisa que qualquer coisa que a acontecesse seria seu ex-namorado. Ela ainda relata que por medo, passou um bom tempo sem sair de casa, mas assim que terminou o relacionamento viu que todas as mulheres ao passar por essa situação, precisava de ajuda.

Ao primeiro sinal, é preciso que a vítima faça o reconhecimento de si, bem como os seus valores, seja sozinha ou com amigos. “A verdade é que, se o amor da nossa vida for outra pessoa, ela só pode ser real se for você mesma. O sentido de viver não pode estar sob o controle do outro, você deve encontrá-lo dentro de si, desenvolvendo suas qualidades internas e desfrutando daquilo que te traz a mais genuína felicidade”, ressalta a psicóloga.


Editora-chefe: Lavínia Carvalho


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