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29/07/2019 às 12h37min - Atualizada em 29/07/2019 às 12h37min

The Live show: Primeiro talk show realizado dentro de um ambiente acadêmico para a internet

Talk Show de humor é apresentado por Rafael Cortez e já caminha para a segunda edição

Jéssica Natacha - Lab Dicas Jornalismo
Rafael Cortez, Coordenação da Universidade e alunos
Foto: Reprodução / Jéssica Natacha

O The Live Show é o primeiro Talk show de humor na internet, e conta com participação de estudantes de comunicação do ensino superior. Ele acontece dentro do ambiente acadêmico e é apresentado por Rafael Cortez.

O programa foi criado pelo Humorista, cantor e apresentador Rafael Cortez ,com o intuito de transmissão na televisão, porém não obteve um retorno positivo ao apresentar o projeto para as emissoras, então mudou a dinâmica do processo e optou em transmitir na internet. 

O projeto contribui para a formação profissional dos alunos que participam e elaboram todo o processo, desde a pauta até a realização final para as gravações.  

O objetivo do programa é auxiliar os universitários a desenvolverem habilidades técnicas e profissionais, ter empatia pelo outro e sair da zona de conforto, aplicando na prática o que foi ensinado em sala de aula. 

De acordo com a Coordenadora dos cursos da área de comunicação da Faculdade das Américas (FAM) Camila Vaiano, o projeto não foi analisado apenas com objetivo comercial, mas sim como inclusão social destes estudantes que estão buscando oportunidades no mercado de trabalho: "Participar de um projeto como este é inovador e ao mesmo tempo determinante para a vida destes jovens, que aprendem a ter uma desenvoltura mais aprimorada profissionalmente, respeitando o ambiente acadêmico e até oportunidades de emprego. São ações como estás que a FAM apoia".  

O programa é transmitido quinzenalmente no portal Uol e nas mídias sociais do The Live Show – instagram, twitter e facebook. Cada programa conta com presença de convidados especiais que participam de quadros exclusivos do The Live Show, até o momento teve presenças da atriz Marisa Orth, Fábio Porchat, Jojo Todynho, a dupla sertaneja Breno e Caio Cesar e o cantor Nando Reis. 

A seguir acompanhe a entrevista exclusiva que o Rafael Cortez concedeu ao Lab. Dicas de jornalismo. 

Jéssica Natacha: Quando surgiu a ideia de criar o Talk show na internet? E como foi analisado o processo de incluir alunos da comunicação? 

Rafael Cortez: Foi criado inicialmente em 2012 e a ideia era fazer um Talk show para a televisão com os estudantes, eu queria fazer um novo altas horas, no mesmo ano ofereci pra Band que disse não, 2013 pra Record que disse não, 2016 pra Globo e o não veio novamente. Então em algum momento de 2016 eu comecei a pensar que deveria ser feito na internet por conta dessa democratização que a internet tem e as Tvs não, foi quando conheci o Flávio Silva que é o produtor que está comigo no projeto, ele conseguiu encontrar os parceiros ideais e ter esse formato que está hoje, eu dei o nome de The Live Show e conseguimos parceria com a Faculdade das Américas (FAM), para esta primeira temporada. E a escolha dos alunos que participariam do projeto, quem criou os critérios foram a coordenação da faculdade. 

JN: O que te motivou a procurar o centro universitário para o desenvolvimento do projeto? 

RC: Fomos em busca de várias universidades na verdade, conceituais, centrais, faculdades periféricas, não usamos um critério específico, estávamos atrás de oportunidades e pessoas que quisessem abraçar a causa, a gente encontrou muita resistência do circuito acadêmico, porque esse é um projeto que não tem nenhum referencial, não tem nada algo a ser comparado com o que já tem na mídia, e eles esperavam isso, algo a se comparar e eu até relacionava com o altas horas que é transmitido na Globo, mesmo assim negavam. A FAM foi a única universidade que conseguiu dar um tiro no escuro com a gente, ficamos muito grato pela visão ampla que a Coordenação da FAM teve em arriscar fazer um negócio, toparam fazer sem ver no que ia dar e agora perceberam que a gente estava certo. Eu sabia o que estava propondo (risos). 

JN: Como é conseguir apoio e patrocínio para este tipo de programa mais tecnológico? 

RC: Muito difícil, coisas das mais difíceis, se por um lado a FAM foi visionária e topou dar um tiro no escuro, outras não tiveram este comportamento. Também tivemos o apoio da TNT Energy Drink que teve esse comprometimento de investir um dinheiro no projeto. As demais empresas são muito conservadoras ainda, o mercado passa por isso, ainda mais agora com a economia retraída, e a crise que estamos vivendo. Tem empresas que não investem em educação e cultura, elas investem dinheiro em entretenimento gratuito, de consumo em massa. O The Live Show não é um programa de consumo de massa, ele é um projeto que tem um viés educacional próprio para o desenvolvimento e capacitação destes jovens estudantes no mercado de trabalho. 

JN: Como são desenvolvidos os quadros para o Talk show? E como é feito a escolha dos convidados? 

RC: Temos uma reunião semanal, sempre às terças-feiras, e são as reuniões de manutenção do programa. A equipe levanta ideias, conceitos e basicamente trabalhamos sobe encomenda, a primeira etapa é saber quem será o convidado, a partir daí produzimos uma pauta exclusiva em cima dele, por isso é tão legal, personalizamos com base na vida do artista. Salvo um ou dois quadros do programa que é feito para todos os que participam do Talk Show. 

JN: Qual o convidado que surpreendeu as expectativas e obteve maior audiência até agora? 

RC: Teve um imprevisto de última hora com uma convidada a Cátia Fonseca, ela acidentou-se dias antes próximo da gravação, foi o momento mais apreensivo porque não sabíamos o que aconteceria, qual convidado poderia substituir já que não tinha como não gravar. Acionei alguns contatos mais ninguém podia assim tão em cima da hora, obviamente, então um dos assessores me falaram sobre a dupla sertaneja Breno e Caio César, e na época o pessoal não sabia quem era, no momento não estavam bombando, agora estão - não porque vieram no The Live Show (risos), porém ajudou eles, e optamos em recebê-los, a dupla estava animada com a participação, e foi impressionante, a repercussão foi surreal eles são incríveis, e é a nossa maior audiência até agora, tem fã clubes ativos na redes sociais e são gratos pela oportunidade. 

JN: Qual foi a recepção do público nesta primeira temporada? Podemos esperar uma segunda edição? 

RC: Olha a gente luta muito pra ter a segunda edição, pra mim só faz sentido se continuar com o The Live Show. Nesta primeira temporada, eu apanhei muito, tive prejuízo, estou pagando o projeto praticamente, porque não tivemos todas as cotas de patrocínio por tudo que falei na entrevista até aqui, então estou investindo muito no projeto e a única maneira de obter um retorno é continuando com ele. Tivemos um feedback positivo e tudo caminha para uma nova edição, porém teremos que procurar novos investidores para vincular a transmissão, já que estamos saindo do portal Uol por acreditar que não deu certo na questão de exibição. A comunidade FAM, os alunos deram tudo de si no projeto e não tenho dúvidas que continuaremos a jornada, os fã clubes apoiaram e além de tudo os artistas compraram o The Live Show, o artista entende o viés educacional que tem o programa, e compactuam na causa social em relação à educação, cultura e empoderamento do aluno. E a luta diária é que o público possa absorver a ideia e obtenhamos maior sucesso. 

JN: Como está sendo pra você essa nova experiência e passar por todo esse processo? 

RC: É uma loucura, eu tenho um antes e depois de ter feito este projeto. Confesso que minha carreira é muito mais interessante que minha vida pessoal, eu não cheguei aos 42 anos com mulher, nem filhos, não tive grandes relacionamentos, mas acredite, eu tenho um currículo que é absurdo.  Estou com 25 anos de carreira dentro de cultura e achava que o ponto alto da minha formação profissional fosse o Custe o Que Custar (CQC), que me fez visitar 11 países, 34 cidades, 700 matérias realizadas. Analisando esta jornada comecei a questionar tudo isso, talvez o ponto alto da minha carreira seja o The Live Show porque o que tenho vivido de experiências aqui, de todos os tipos, boas, incríveis, emocionantes, é intensamente prazeroso e cativante. E tenho me dedicado inteiramente a ele, enquanto os alunos – na hora do descanso, estão no bar bebendo, ainda estou aqui trabalhando no projeto. (risos). 

 

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Editado por Bruna Santos


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