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30/07/2019 às 16h11min - Atualizada em 30/07/2019 às 16h11min

A profundidade no cinema

As produções psicológicas de Darren Aronofsky

Júlia Victória - Editado por Bárbara Miranda
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Existem muitos filmes em Hollywood que querem mostrar uma perspectiva mais profunda do que aquela representada em cena. Obras que abordam aspectos psicológicos ou até referências bíblicas. Esse é o caso do diretor nova-iorquino Darren Aronofsky.
 
Nascido no Brooklyn, começou a demonstrar interesse pela sétima arte durante a infância e mais tarde se formou na Universidade de Harvard e também no American Film Insitute. Seu primeiro longa foi “Pi”, que conta a história de um jovem extremamente inteligente que descobre o valor completo de pi. Com um orçamento avaliado em 60 mil dólares chegou aos principais festivais de cinema como o Sundance e no Oscar do cinema independente, o Spirit Awards.
 
O seu trabalho seguinte foi “Réquiem Para um Sonho” em 2001. Um forte drama psicológico que tem como núcleo a vida de três jovens viciados em cocaína e heroína e a mãe de um deles que tem como sonho, participar de um programa de Tv e para que isso aconteça ela começa a tomar pílulas para emagrecer e acaba viciada.
 
Causando diversos sentimentos incômodos em quem assiste, a obra é dividida em três partes: o verão, o outono e o inverno. A primeira marca ascensão, a segunda o declínio e a terceira a queda. A quarta estação, que deveria ser a primavera que representa um renascimento, é propositalmente omitida, posto que o destino vicioso dos personagens é inevitável.
 
Graças a sua belíssima atuação Ellen Burstyn recebeu uma indicação a Melhor Atriz Coadjuvante no Oscar.

Fonte: Divulgação.
 
Darren chegou a ser cotado para fazer Batman, mas o projeto foi parar nas mãos de Christopher Nolan.
 
Em 2006, ele fez “A Fonte da Vida” com Hugh Jackman e em 2009 dirigiu “O Lutador” com Marisa Tomei (a tia May de Homem Aranha) e Mickey Rourke (Ivan Vanko/Chicote Negro de Homem de Ferro 2). Recebeu duas indicações ao Oscar, de Melhor Ator e de Melhor Atriz Coadjuvante.
 
Em 2011, Aronofsky apresentou um dos seus mais renomados trabalhos: “Cisne Negro”. Um terror psicológico que mostra uma personagem obcecada pela perfeição.
 
Nina é uma bailarina que almeja o papel principal na peça de O Lago dos Cisnes. Para isso ela deve apresentar a capacidade de atuar com a delicadeza e a fragilidade do Cisne Branco, mas também a malícia e a sedução do Cisne Negro.
 
Com uma mãe superprotetora e o desafio de descobrir esse lado sombrio do Cisne Negro em si mesma, Nina começa a enfrentar problemas psicológicos.

O filme teve diversas interpretações, mas uma das mais notáveis é a visão da psicanálise:
 
Segundo a Teoria da Personalidade de Sigmund Freud, o aparelho psíquico tem três partes que o controlam, são eles: ego, superego e o Id. O ego é relacionado a razão, o superego com aquilo que se aprende na sociedade (valores morais e costumes) e o Id é formado pelas paixões, o desejo. O bom funcionamento do sistema depende do equilíbrio dessas partes, caso isso não ocorra, podem causar distúrbios de personalidade. Nesse contexto, o Cisne Branco seria o superego e o Negro, o Id. Com o conflito de Nina tentado “se encontrar” ela acaba vendo alucinações, resultado do desequilíbrio entre esses três campos. (FREUD,1923)
 
Cisne Negro foi muito aclamado pela crítica e recebeu quatro indicações ao Oscar e Natalie Portman foi premiada como Melhor Atriz.

Fonte: Divulgação.
 
Em 2017, o diretor traz “Mãe!” um controverso filme que muita gente não entendeu e quem entendeu ficou dividido por conta de cenas de violência e a temática bíblica.

Fonte: Wikipédia.
 
Afinal, sobre o que é o filme?  S-P-O-I-L-E-R-S
  • O filme começa com a reconstrução da casa que seria a criação do mundo.
  • A personagem de Jennifer Lawrence pode ser interpretada como Mãe Natureza ou o próprio planeta Terra.
  • O ator Javier Bardem, o marido, é chamado de Ele e representa Deus.
  • O primeiro visitante (Ed Harris) seria o primeiro homem, Adão. E logo em seguida a esposa (Michelle Pfeiffer), a primeira mulher Eva.
  • Os filhos que chegam à casa a procura dos pais são Caim e Abel.
  • O dilúvio seria o momento em que a pia da casa é destruída (quando a Mãe avisou que a pia não estava chumbada).
  • O bebê d’Ele é Jesus Cristo.
  • E termina no fim dos dias (a explosão final).
Contudo essa não é a única perspectiva do longa, as interpretações vão da questão ambiental com a destruição da mãe natureza e a invasão dos humano até relacionamentos abusivos.

Fonte: G1.
 
REFERÊNCIAS
 
SOTO, Cesar. Não entendeu 'Mãe!'? Veja o que o diretor quis dizer com o filme e os significados bíblicos na história. Disponível em: https://g1.globo.com/pop-arte/cinema/noticia/nao-entendeu-mae-veja-o-que-o-diretor-quis-dizer-com-o-filme.ghtml. Acesso em 30 de julho de 19.
 
Omelete. Darren Aronofsky. Disponível em: https://www.omelete.com.br/darren-aronofsky. Acesso 30 de julho de 2019.

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