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31/07/2019 às 20h47min - Atualizada em 31/07/2019 às 20h47min

Opinião: Nota contra proibição da Conmebol a emissoras de rádio

Paulo Octávio - Editado por Amanda Cruz
Semana passada, a Conmebol começou a proibir as emissoras de rádio de exibirem imagens de suas equipes de narração ao vivo nos estádios onde ocorrem jogos promovidos pela entidade.. As rádios não mostravam o gramado, o que iria ferir os direitos de transmissão. Mas os vídeos, que passam os profissionais trabalhando, promovem o rádio e até a própria Libertadores, pois as emissoras informam sobre a competição para quem não pode ir ao estádio. Curiosa a medida. É como se a entidade fosse dona da imagem do rosto dos próprios radialistas, que não são jogadores e nem exibem patrocínios. É compreensivel que a Confederação proiba as emissoras de mostrarem marcas que não estão envolvidas com as competições, mas não é o caso. Difícil entender o que motivou a proibição, que prejudica apenas o ouvinte. Nós, do Lab Dicas Jornalismo, lamentamos profundamente essa sanção. Como torcedores, cidadãos e jornalistas sentimos nosso direito de acompanhar a transmissão ultrajado.
 
Outro ponto a ser abordado é que o Brasil  proíbe que as emissoras de rádio paguem para transmitir eventos. Em 2011, Congresso Nacional fez pressão para que as rádios pagassem para exibir os jogos do Campeonato Brasileiro. Mas o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) retirou  essa cobrança do texto oficial da Lei Pelé.
 
“Sob alegação de que no mundo todo cobra-se das emissoras de rádio direito de arena para transmissão dos espetáculos esportivos, principalmente os jogos de futebol, houve forte pressão no Congresso, na época da votação da Lei Pelé, para que fosse aprovado aqui no Brasil o mesmo tipo de cobrança. Se a lei fosse promulgada como se queria, as emissoras de rádio seriam obrigadas a pagar pela transmissão de campeonatos estaduais, Brasileirão, entre outros. A partir da aprovação da minha emenda, foi suprimido da Lei Pelé este dispositivo. Acredito que esta foi uma justa homenagem prestada ao rádio brasileiro, que é o principal promotor dos eventos esportivos no País. “, explicou Dias, em seu site oficial no ano de 2011.
 
Porém existe rumor de que a Conmebol possa passar a cobrar "R$ 15 mil apenas para uma cabine para três pessoas no estádio. Para colocar repórter no gramado: R$ 10 mil. Para um repórter estar na zona mista e entrevistar jogadores, mais R$ 5 mil. E para participar da entrevista coletiva, a emissora desembolsará mais R$ 10 mil", como informou a rádio Guaíba. Isso iria elitizar ainda mais o futebol e impedir que o torcedor, que não tem acesso a pacotes de TV a cabo e de internet possa acompanhar os jogos. Além de prejudicar o mercado publicitário que perderia um importante espaço para divulgação de suas marcas pois muitas emissoras não teriam como transmitir os jogos. Agiora as perguntas que ficam são: a quem interessa essa cobrança? Para onde vai esse dinheiro?
 
 Além disso, faz anos que passamos vergonha em jogos sul-americanos. Tivemos uma final de Libertadores em Madri por causa de distúrbios ocorridos por uma meia dúzia de descontrolados antes da decisão entre Boca Juniors e River. E ninguém foi preso ou punido. Sem falar em decisões de bastidores que, curiosamente, prejudicaram equipes brasileiras, mas é evidente que não foi de proposito. E engraçado que a régua que proíbe uma transmissão não castigue quem cause violência e manche de sangue os jogos e indiretamente faça com que muitos torcedores não queiram ir aos estádios. 
 
Esperamos que a Conmebol repense essa atitude pois a medida prejudica apenas o ouvinte. E lembra aquela piada do marido traído que decidiu queimar o sofá. Isso abre margem para interpretações sobre o por quê da medida. E o por quê não se preocupam promover o espetáculo ou em melhorar condições da arbitragem. Quem sabe um dia?

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