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08/09/2019 às 17h30min - Atualizada em 08/09/2019 às 17h30min

O papel das instituições de concurso público na inclusão social

Projetos sociais estão cada vez mais fazendo parte dos valores de muitas empresas

Tatiane Sampaio
AOCP apoia diversos projetos de inclusão (Foto: AOCP)
O acesso à educação é direito de todos, certo? No entanto, ainda existem muitas barreiras que impedem esse alcance para determinadas pessoas nas cidades brasileiras, especialmente para crianças, adolescentes ou adultos que apresentam alguma mobilidade reduzida, intelectual ou física. Aliás, em relação ao mercado de trabalho, as dificuldades também são notáveis.

Porém, para melhorar esse quadro negativo, surgiu, em agosto de 2010, o Instituto AOCP, que foi desenvolvido por sócios e colaboradores da Assessoria em Organização de Concursos Públicos LTDA,
uma entidade sem fins lucrativos que, ao ministrar cada concurso, é possível aperfeiçoar os recursos, com os valores captados, para apoiar projetos socioeducativos para centenas de crianças e adolescentes carentes e especiais. Dessa forma, prioriza e "compartilha do pensamento de que a educação é o elemento-chave de inclusão e desenvolvimento da sociedade”.

Sendo assim, conforme os organizadores, atualmente o Instituto AOCP auxilia alguns programas com a Associação de Pais e Amigos Excepcionais (APAE), de Maringá, favorecendo a Instituição São Rafael, com o projeto Encanto da Conquista do Ler e Escrever, cujo objetivo é atender crianças de sete a dez anos, que tenham dificuldades no aprendizado.

Além disso, o programa Rumo ao Mundo do Trabalho, o qual é uma extensão das atividades fornecidas nos projetos Pré-aprendiz e Sala de informática, proporciona ao jovem com deficiência a obtenção de qualificação para trabalhar em qualquer área empresarial, tudo com a supervisão de profissionais capacitados. Neste caso, o curso tem duração de 10 meses e, inclusive, já formou nove turmas com 116 pessoas atendidas e 62 inseridas no mercado de trabalho.  

Por outro lado, segundo o último Censo, realizado em 2010, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 24% da população brasileira possui determinado tipo de deficiência, ou seja, uma quantidade bastante expressiva, sendo praticamente 45 milhões de habitantes.

Em depoimento à Agência Brasil (2017), a secretária de inspeção do Ministério do Trabalho, Maria Teresa Pacheco Jensen, relata que, se realmente as empresas cumprissem a lei, haveria um número maior de pessoas inclusas. “Os empregadores têm que se conscientizar, pois o cidadão com deficiência tem direito de exercer todas as atividades. cabe ao local fazer os ajustes necessários”.

Devido a isso, existem diversas leis que podem ajudar nesse processo de inclusão como, por exemplo, em 2009, quando o país assinou um tratado internacional intitulado Convenção dos Direitos da Pessoa com Deficiência e, em 2015, a implantação da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência

Foi pensando nisso que em 2018, que o Instituto AOCP também iniciou o Capacita OSC (Organização da Sociedade Civil), que visa a preparação dos funcionários do Terceiro Setor, pois, “ao longo do tempo, foi observado que as instituições, mais do que o apoio financeiro, necessitam de ajuda técnica e de qualificação”.  

Desistir? Jamais!

Para Kelly Francisca de Oliveira, 31, a luta para conseguir as mesmas qualidades dos serviços públicos sempre foi sacrificante, uma vez que os ambientes não estão estruturados para atender as particularidades de suas filhas, Maria Vitória, 8, que apresenta microcefalia, e Renata, 5, deficiente auditiva.

“Antes de matricular Maria Vitória nessa escola que ela está agora, tive uma briga com os dirigentes, porque eles me falaram que não estavam preparados para atendê-la. Ou seja, não tinham uma cuidadora e tampouco uma professora auxiliar. Com isso, cogitaram que eu procurasse uma escola especial, além de enfatizarem que minha filha não teria direito ao transporte escolar”.

Hoje, com muita persistência para desfazer os embaraços da inclusão, Kelly diz que suas filhas tiveram um grande progresso no desenvolvimento, até porque, além de estarem na escola, também são acompanhadas por especialistas na Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) e Associação de Pais e Amigos Excepcionais (APAE), ambas em São Paulo.

“No começo, quando alguém falava do problema da Maria Vitória, eu chorava, mas agora estou mais forte. Eu vejo as coisas com mais serenidade, já que tenho que ser forte para lutar por elas. Além de que quero que elas cresçam, sejam independentes e tratadas como todas as crianças, sem discriminação”, conclui Kelly.
 
Além dos cifrõe$...


Fachada da sede do Instituto AOCP, localizado no estado do Paraná (Foto: AOCP)

A sede do Instituto AOCP fica localizada no estado do Paraná, região sul do Brasil. Apesar disso, mesmo sendo uma das organizações mais jovens do segmento, tem um alto reconhecimento no território nacional, visto que já ministrou mais de 30 concursos importantes e vestibulares, como o concurso da Câmara Municipal do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.

Ainda, o concurso do Tribunal Regional do Trabalho da Bahia, da Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará, a realização de dois concursos nacionais, além de vestibular da Faculdade de Tecnologia do Cruzeiro do Oeste (PR), e outros. Por isso, conquistou a marca de um milhão de candidatos avaliados.

Por essa razão, o Instituto AOCP ganhou notoriedade e tem um papel determinante no país, pois, ao aplicar cada concurso, estará contribuindo não apenas para melhorar os serviços públicos, mas também para a certeza de que diversas crianças e adolescentes receberão novos atendimentos de total qualidade, como educacional, assistencial, capacitação e inclusão social.

Exercitando a mente, o corpo e a alma


A educação e esporte de qualidade, torna cidadãos felizes (Foto: Reprodução / Internet)

Além dos projetos já mencionados, o Instituto AOCP também dá suporte à Iniciação ao Atletismo, criada em 1990, pelo professor Ademir Nicola Francisco, cujo propósito é retirar todas as crianças e jovens das ruas com vulnerabilidade social. À vista disso, são realizadas 23 modalidades no Campus da Universidade Estadual de Paranavaí (PR), onde os alunos podem praticar no período da manhã ou tarde.

Para ajudar na alta demanda e a manter a qualidade do serviço, o Instituto AOCP conseguiu a contratação de mais profissionais da área da educação física, além da obtenção de equipamentos esportivos, uniformes e sapatilhas. Apesar da ideia inicial ter sido resgatar crianças e adolescentes das ruas, o projeto já lançou vários esportistas, que atualmente participam de campeonatos mundiais e olimpíadas.

Desse modo, os responsáveis pelo Instituto AOCP diz que “todas as instituições, com ou sem fins lucrativos, empresas em geral e até o próprio indivíduo, têm um papel importante na responsabilidade social e ambiental, já que proporcionam a construção de uma sociedade mais justa à todos”. 

Editado por Alinne MoraIs

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