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24/09/2019 às 14h27min - Atualizada em 24/09/2019 às 14h27min

Estudo aponta que mulheres ainda são minoria em cargos de influência na ciência

Pesquisa analisou por quatro anos mais de 500 institutos da Europa e América do Norte

Caio Costa - Editado por: Manoel Paulo
Foto: Reprodução
A desigualdade de gênero é um problema sistemático presente em todas as áreas da sociedade e na ciência, não seria diferente. Historicamente um ambiente que preteriu a presença feminina, a ciência cada vez mais vem se tornando inclusiva nos últimos anos. Contudo, apesar das mulheres atualmente serem maior parte do corpo de cientistas, elas ainda são minoria em cargos mais altos de influência. É o que diz pesquisa publicada no Cell Stem Cell que analisou as mulheres nas carreiras de ciência, tecnologia, engenharia e matemática.

O estudo ocorreu durante quatro anos e incluiu 541 instituições de aproximadamente 40 países da América do Norte e da Europa. Segundo dados da pesquisa, apesar do número de mulheres nessas áreas ter crescido, o espaço nas instituições para eleger e manter cientistas a cargos de liderança continuam pequenos. Estudantes do sexo feminino de graduação e pós-graduação representam a maioria do corpo estudantil contudo, essa participação é uma minoria no corpo docente. Apenas 42% dos professores assistentes, 34% dos professores associados e 23% dos professores titulares são do gênero feminino.

Outro ponto monitorado pelo estudo foram as políticas implantadas nas instituições e centros de pesquisa universitários de inclusão da mulher no ambiente científico e apoio as cientistas. Apenas 38% das instituições contam com programas como fundo para licença maternal, flexibilidade na agenda para pesquisadoras gestantes e salas para amamento, enquanto menos de 10% contam com uma política de número mínimo de vagas reservadas para mulheres.

Para Reshma Jagsi, uma das autoras da pesquisa e oncologista do Center for Bioethics and Social Sciences in Medicine na Universide do Michigan, EUA, os dados sugerem que apesar de pequeno as instituições estão fazendo um progresso. “Ainda há espaço para melhoras, como a inclusão de cientistas mulheres em posições seniors. É importante ressaltar também que os centros europeus estão mais à frente na luta pela igualdade de gênero que os norte-americanos”, completou.

Jagsi e os outros pesquisadores, que acreditam que o monitoramento seja necessário para apontar quais pontos devem ser melhorados para incrementar o sucesso das pesquisadoras, os dados podem ajudar organizações financiadoras a saber quais órgãos contam com políticas de diversidade e incentivar a inclusão ao priorizar investimentos em centros mais igualitários.

A pesquisa norte-americana considera continuar a pesquisa incorporando outros objetos ao seu estudo. “Uma realidade que costuma não ser discutida são as dificuldades que mulheres que fazem parte de alguma outra minoria social enfrentam no ambiente científico, como mulheres de minorias raciais, por exemplo”, afirmou.
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