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30/09/2019 às 12h33min - Atualizada em 30/09/2019 às 12h33min

Stephan Steverink, jovem nadador, é cobiçado por Brasil e Holanda

Aos 15 anos, ele vem quebrando recordes nas categorias de base

Victor Cavalcante - Editado por Paulo Octávio
Foto: Zizao artes em foto
Com apenas 15 anos, Stephan acumula medalhas e recordes nacionais e internacionais na natação, esporte que pratica desde pequeno. Por causa do seu desempenho precoce, ele é apontado como uma das principais revelações para os próximos ciclos olímpicos. O sucesso do caçula da família Steverink, no entanto, também causou uma disputa na família. Uma disputa do bem. Stephan é filho do holandês Sander, radicado no Brasil desde o início da década de 1990; e da médica pernambucana Gisélia - ambos se conheceram em um bar na zona sul de São Paulo e começaram um namoro que evoluiu para casamento. Hoje são separados

"Sempre houve uma "briga" com meu pai, que quer que eu vá para a Holanda, e minha mãe, que quer que eu nade aqui. Como eu nasci e comecei no Brasil, acabou que fiquei aqui. Mas os holandeses me dão muitas oportunidades e querem que eu vá para lá ", afirmou o nadador. Stephan começou a nadar com 3 anos, em uma academia, basicamente "porque a mãe mandou". Em paralelo, ele também fez aulas de judô e piano. Com três anos de prática nas piscinas, passou a disputar os primeiros campeonatos competitivos. Como levava jeito, aos 9 anos concordou com os pais que devia seguir somente nas piscinas.

"Eu treinava dois quilômetros, e quando acabava o treino queria treinar dois a mais. Porque eu gostava muito de nadar, e ainda gosto muito",  afirmou. Na mesma época, Stephan passou a fazer parte do projeto Novos Cielos, apadrinhado pelo campeão olímpico Cesar Cielo. O jovem passou por duas treinadoras até cair nas mãos do técnico Eric Sona, em 2016. Os continuaram com a parceria mesmo com o fim da iniciativa de Cielo e, hoje, treinam juntos na Associação Atlética Banco do Brasil, em Itapecerica da Serra, em São Paulo.

"Ele é um garoto que, desde o início, se mostrou muito diferenciado. Tem uma vontade própria, diferente dos outros atletas todos com os quais já trabalhei. Além das metas estabelecidas pelo treinador, o Stephan não depende do que se estabelece. Muitas vezes, durante os treinamentos, eu proponho metas fáceis e ele vai além. Atinge a minha, mas por não atingir a meta dele, se decepciona. Está correndo atrás de um sonho olímpico", comentou Sona. Enquanto progredia aqui no Brasil, Stephan também passou a viajar para competir na Holanda, muito por sugestão e pressão do pai. A primeira participação em um torneio na Holanda ocorreu uma situação curiosa, que o surpreendeu.

"A primeira vez que fui à Holanda para nadar foi em 2017, porque meu pai queria. Eu já me destacava um pouco aqui no Brasil, mas lá muita gente não me conhecia e achava que meus tempos eram mentira. Achavam que eu usava doping, sei lá. Ano passado alguns técnicos até fizeram uma brincadeira dizendo que eu estava de mudança para lá, então era para todo mundo nadar mais rápido", disse o nadador, que compete pelo PSV Eindhoven quando vai à pátria do pai.

Um dos motivos que provocaram essas suspeitas foi a quebra do o recorde nacional da categoria, que pertencia havia quase duas décadas a Pieter van den Hoogenband, bicampeão olímpicos dos 100m livre (2000 e 2004). E a piscina onde ocorria o campeonato levava o nome do lendário velocista. As principais provas de Stephan são os 200m peito, 200m medley, 400m medley e 1.500m livre. Ele detém alguns recordes nacionais em categorias de base. Depois de muita insistência, Stephan conseguiu "convencer" os holandeses de seu valor. Mais do que isso, chamou a atenção da federação holandesa de natação, que passou a cobiçá-lo uma vez que ele tinha dupla nacionalidade.

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