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26/11/2019 às 09h40min - Atualizada em 26/11/2019 às 09h40min

Criatura de 300 milhões de anos intriga cientistas

Embora já tenha sido descoberto há 60 anos, criatura continua sendo enigmática para cientistas, quanto a classificação da espécie

Isabelle Miranda - Edit por Thalia Oliveira
Divulgação
Há 300 milhões de anos, na natureza havia criaturas “estranhas”, muitas delas difíceis de classificar. Tully é certamente uma dessas criaturas e tem desafiado os paleontólogos. Descoberto em 1958, nos leitos fósseis de Mazon Creek em Illinois, EUA, por Francis Tully, foi nomeado de Tullimonsttrum (“monstro Tully”). Desde sua descoberta, os cientistas têm se intrigado sobre a qual grupo de animais modernos ele pertence, tanto que quando divulgaram o primeiro estudo cientifico dedicado à espécie, em 1966, Tully não estava agrupado em nenhum grupo do reino animal.

À primeira vista, o animal parece superficialmente com uma lesma, com  30 centímetros. Mas onde era para estar sua boca, o ser vivo possuí um apêndice longo e fino que termina no que parece ser um par de garras penetrantes. Em seguida, seus olhos sobressaem do corpo nos talos. Em estudo, a equipe da Dra. McCoy examinou mais de 1.200 exemplares e chegou à conclusão que uma certa estrutura aparente nos fósseis não era o sistema digestivo, mas uma notocorda – órgão que mais tarde veio a dar origem à coluna vertebral.

Em 2016, um grupo de cientistas afirmou ter resolvido o mistério de Tully,  que forneceu a evidência que ele era um vertebrado, entretanto, em um novo estudo feito pela Socientífica, obteve resultados que dizem o contrário. A maioria dos estudos tem se concentrado em algumas características predominantes de sua aparência, que incluem uma característica linear no fóssil interpretada como evidência de um intestino, as garras de preensão peculiar de sua boca. O corpo do monstro é tão peculiar que irá expandir a diversidade de qualquer grupo que ele pertença.

Nesse estudo, foi usado um tipo de acelerador de partículas, chamado de fonte luminosa de radiação sincrotron, localizada na Universidade de Stanford, na Califórnia. Isso permitiu explorar a composição química de amostras de fósseis e de animais que vivem hoje. O sincrotron bombardeia espécimes com explosões internas de radiação para excitar os elementos dentro deles. Quando excitado, cada elemento libera raios X com uma assinatura específica. Ao detectar as assinaturas de raios X emitidas, pode-se dizer quais elementos foram excitados e, finalmente, de que é feito o espécime em estudo.

A primeira descoberta foi que os melanosomas dos olhos dos vertebrados modernos têm uma proporção maior de zinco para cobre do que os invertebrados modernos. Para a surpresa dos cientistas, foi encontrado o mesmo padrão que poderia ser visto em vertebrados fossilizados e invertebrados encontrados em Mazon Creek. Foi descoberto também que os olhos do animal contêm tipos de cobre diferentes dos encontrados em vertebrados. Entretanto, o estudo só contribuiu para mostrar que Tully não é um vertebrado, mas não o identificou claramente.

O próximo passo para os cientistas é uma análise mais ampla da química dos melanosomas e outros pigmentos nos olhos de uma gama mais ampla de invertebrados, o que pode reduzir ainda mais o grupo a que Tully pertence. Em última análise, o enigma de que tipo de criatura Tully é permanece, mas as descobertas feitas tem um papel importante na descoberta da identidade desta e de outras criaturas enigmáticas.

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