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18/01/2020 às 22h13min - Atualizada em 18/01/2020 às 22h13min

Astrologia: Precisão ou Coincidência?

Lunna Rocha - Editado por Mário Cypriano
Imagem: https://tudoela.com/wp-content/uploads/2017/10/Astrologia-810x389.jpg

Não é novidade que a astrologia vem cativando público de todas as idades, e apesar de possuir um amplo campo de estudos, essa popularização limitou sua imagem aos signos. Sites e portais surgiram, prometendo ao usuário uma leitura detalhada da sua vida, sem falar das contas no Instagram com atualizações diárias do horóscopo.

A estudante Victória Saunier, 18, começou a ler sobre signos aos 11 anos na revista Teen Capricho e identificou-se de cara. “Pra mim faz toda a diferença! Quando eu leio meu horóscopo me sinto preparada pro que pode acontecer durante o dia”, diz. “Acredito porque sempre faz sentido sabe? O mapa astral descreve vários aspectos de mim que ao longo dos anos eu pude ir comprovando”, afirma.

Constelações dos signos.

Constelações dos signos.

Imagem: Freepik

Povos da Mesopotâmia já acreditavam na influência direta dos corpos celestes em suas vidas ao estudar suas movimentações. Com a observação dos astros, eles sabiam qual período do ano era mais vantajoso para suas colheitas, começar uma guerra ou fazer uma viagem. Os mesopotâmicos sempre relacionavam suas vitórias e derrotas à posição dos corpos no céu, acreditando que lhes mandavam sinais, daí o surgimento do termo signos.

Os signos do zodíaco teriam o poder de influenciar no comportamento e personalidade do indivíduo e graças à popularização citada anteriormente, cada vez mais pessoas acreditam fielmente nessa influência. As afirmações mais genéricas possíveis tornam-se verdades absolutas e é nessa premissa que o Efeito Barnum (ou Forer), baseia-se.

Bertram Forer

Bertram Forer

Imagem: https://universoracionalista.org/efeito-forer-principal-responsavel-pela-crenca-em-pseudociencias/

O psicólogo Bertram Forer, em 1948, fez um experimento com 39 estudantes. Ele realizou testes de personalidades e em seguida, apresentou a mesma avaliação para cada jovem, sem que eles soubessem. Depois, pediu para que fossem atribuídas notas de 1 a 5 à precisão da avaliação, e a média foi de 4,26. As pesquisas de Forer e outras posteriormente desenvolvidas concluíram que as pessoas possuem uma grande tendência a absorver avaliações sobre si mesmas, principalmente quando creêm que tais avaliações sejam personalizadas e ressaltem suas qualidades, o então Efeito Barnum.

Para a professora de psicologia Ellen Borges, 41, da Universidade Federal do Amazonas, essa tendência vem da necessidade do ser humano em ter uma visão de si que não seja constituída por ele mesmo. “Quando você pede a alguém para que se descreva, geralmente essa pessoa usa adjetivos que outras pessoas lhe atribuíram. O indivíduo tem essa necessidade de encontrar definições para si mesmo.”


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