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31/01/2020 às 10h12min - Atualizada em 31/01/2020 às 10h12min

Longa metragem brasileiro é premiado internacionalmente

O filme de terror que viajou cerca de 30 festivais de cinemas, foi premiado em 2017 como Melhor Filme de Terror da América Latina

Vítor Neves - Editado por Letícia Agata
FOTO: Reprodução/Divulgação
Todos sabemos que fazer cinema no Brasil é uma missão um tanto quanto complicada. Falta verba, cenários, muitas vezes cachê para os atores, visibilidade, entre outras dificuldades. Você acredita que mesmo assim tem uma galera no país que bate de frente e produz filmes muito bacanas? Exemplo disso é o filme Mal Nosso, lançado em 14 de março de 2019, produzido por Tato Siansi, dirigido e roteirizado por Samuel Galli e fotografado por Victor Molin. O filme foi produzido na cidade de Ribeirão Preto, interior de São Paulo.

A produção começou em 2015 e foi finalizada no meio de 2016. O diretor do longa não foi muito longe para filmar, pois as cenas foram gravadas em Ribeirão, nos estúdios Kaiser de cinema, Atelier Artes e também no Cemitério Parque dos Girassóis (local onde montaram um circo cenográfico). O elenco da produção também é local, e dentre eles estão os atores: Ricardo Casella, Walderrama dos Santos, Antony Mello, Luara Pepita, Fernando Cardoso, Ademir Esteves, Gabriela Grecco, entre outros nomes. 

Antes de chegar ao Brasil o filme rodou 30 festivais internacionais e foi premiado. Na Australia, o “A Night of Horror” entregou o prêmio de melhor diretor e no “Macabro Film Festival”, no México, foi reconhecido com o prêmio de Melhor Filme de Terror da América Latina.

O filme nos conta a história de Arthur, um pai preocupado com a filha, que está prestes a entrar na faculdade. Ele esconde um segredo há anos e que pode ser prejudicial para a jovem. Por causa disso, contrata um serial killer na deep web, que após fechar acordo com o assassino, entra numa jornada mortal envolvendo psicopatas, maldições e demônios. 

Acompanhe abaixo uma entrevista com Tato Siansi, que nos contou um pouco mais sobre como foi a produção do longa:

O filme possui uma narrativa diferente do que estamos acostumados a ver nos filmes terror. De onde surgiu a inspiração para criar essa história?
– Mal Nosso foi uma ideia vinda da cabeça do Samuel Galli. Ele tinha perfeitamente desenhado em sua cabeça o filme. Por ser fã de terror, ele sabia como agradar ao público e criar algo diferente dos clichês que estamos acostumados.

Qual foi a estratégia utilizada para que o filme se tornasse uma produção popular no país?
– Por ser um filme totalmente independente, ele precisava de algumas estratégias para ser visto. Primeiro, resolvemos mandar ele para festivais fora do país. Assim conseguiríamos um selo internacional e sabíamos que, com isso, o Brasil olharia com outros olhos para ele. Após um ano rodando o mundo, ele retornou para casa. Fechamos distribuição com a O2 Play e a consequência foi o lançamento em cinemas de todo o país e também na Netfilx. Foram cinco anos de muito suor.

Você comentou que o filme foi uma produção independente. Isso te deu mais liberdade para fazer cenas de terror mais pesadas? 
– Sim, isso teve bastante peso nas decisões, pois tudo foi como gostaríamos que fosse. Não precisávamos nos moldar a opiniões externas. Quisemos agradar a todo público do terror, desde o mais gore até o espiritual.

Em suas palavras, qual é a maior dificuldade em fazer cinema no Brasil?
– Acredito que a falta de incentivo e conhecimento do povo seja o maior ponto. O país precisa entender que produções cinematográficas geram muitas receitas, muitas fontes de trabalhos e, inclusive, impostos para o país. Entender que não é só no Brasil, mas no mundo todo, o cinema conta com incentivos vindo do governo, no qual já é comprovado que o retorno e lucro é garantido.

O filme foi gravado por Ribeirão Preto e algumas cenas foram feitas dentro de um estúdio de uma TV local. Você acredita que esses fatores trouxeram mais visibilidade para a cidade?
– Para todos nós, que nascemos aqui, foi um marco histórico para nossa cidade. O primeiro filme de terror a conquistar o mundo e hoje fazer parte do catálogo da Netflix. O filme colocou Ribeirão Preto no mapa do cinema internacional. Já parou para pensar que Ribeirão Preto foi visto em mais de 30 países, com um público de todas etnias, classes sociais e gêneros? Às vezes faltam palavras para descrever tudo isso.

E agora vamos direto ao que todos nós estamos esperando: vem mais produções por aí?
– Temos vários projetos em andamentos, desde filmes de ficção à documentários e animações. Inclusive, um próximo filme de terror para ser rodado em breve.

O filme que esteve em cartaz no ano passado também está disponível no catálogo da Netflix. Então, se você ficou curioso e quer opinar sobre o fenômeno, corre lá no streaming e não perca nenhum segundo de Mal Nosso!

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