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24/04/2020 às 15h19min - Atualizada em 24/04/2020 às 15h19min

Adeus a Espinosa e Feliz Ano Novo a Rubem 

“O homem é um animal solitário, um animal infeliz, só a morte pode consertar a gente” (Rubem Fonseca) 

Letícia Franck
Divulgação

Em 2018 Rubem Fonseca publicou aquele que viria a ser seu último livro. O autor, que tinha 94 anos, faleceu no dia 15 de abril de 2020, e poderia até não ser o mesmo que era em “O cobrador”, como dizem alguns de seus leitores, mas com certeza ainda era o mesmo autor cru que sempre foi. 

Rubem, que não media muito suas palavras, e não é à toa que seu livro “Feliz ano novo” foi censurado por ser considerado “imoral”; o mesmo Rubem que pedia para adotar um animal selvagem e matar um homem. Aquele que ficava na frente da televisão para aumentar o ódio. O farol literário de muitos escritores. O exemplo deixado para uma geração que anseia em ser consolidada tanto quanto ele foi.
 

Luiz Alfredo Garcia-Roza faleceu menos de vinte e quatro horas após Rubem Fonseca. Ele estava internado desde o ano passado, após sofrer um AVC. “A última mulher”, hoje seu último romance, foi publicado já no hospital, no ano passado, sendo tecnicamente impossível falar em Roza sem citar um de seus mais conhecidos – e queridos - personagens: o detetive Espinosa, que também era figura de sua última obra.

Apesar de iniciar na literatura já com 60 anos, “O silêncio da chuva” costuma ser o mais lembrado – e amado - por seus leitores e está prestes a virar filme sob direção de Daniel Filho. Em 2006, quando deu uma entrevista a revista VEJA, Garcia-Roza diz que “Num país com 50mil homicídios por ano, você não precisaria de nenhuma literatura policial”. Não sei se concordo. Nenhuma será como a dele. Ainda bem, Luiz Alfredo. Ainda bem. 


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