01/05/2020 às 21h57min - Atualizada em 01/05/2020 às 21h57min
Maioria dos clubes da série A cortou salários de jogadores
O Cruzeiro também reduziu os salários de seus colaboradores em 25%.
Claudio de Salles Jr - Editado por Paulo Octávio
FOTO: Globoesporte.com A pandemia do novo Coronavírus afeta saúde financeira de todos os times de futebol. Em meio a crise, as agremiações tem tentado não prejudicar seus atletas e funcionários. Mas 18 clubes da série A do Campeonato Brasileiro foram forçados a cortar salários dos atletas de 15% até 50% em alguns casos. E o Cruzeiro, que está na série B e enfrenta uma grave crise financeira, optou pela redução de 25% dos seus funcionários após as férias, que começaram na última quinta (30).
O Bragantino é uma exceção. Clube anunciou que não cortará os vencimentos de nenhum de seus funcionários. A parceria com a Red Bull ajudou a fazer com que o impacto passasse quase que despercebido com a paralisação do futebol. A única decisão tomada pelo time foi a opção de não continuar os investimentos e planos em andamento, como a contratação de novos atletas para seu plantel. Já o Athletico Paranaense não se posicionou a respeito do pagamento dos atletas, comissão técnica e funcionários do clube.
Palmeiras e Flamengo, apesar do poderio financeiro, também adotaram medidas para evitar maiores prejuízos. O Alviverde optou em reduzir o salário de todos os atletas, integrantes da comissão técnica e dirigentes no clube em 25%. Os outros funcionários devem passar por outro tipo de acordo. E o Mengão tomou uma decisão mais drastica: demitiu diversos profissionais da comissão técnica do futebol de base, mas não comunicou se mexerá no ordenado dos atletas.
Alguns jogadores conseguiram negociar com os clubes. A equipe do Santos recusou a proposta inicial da agremiação de cortar os salários pela metade; e, em negociação, fechou um acordo em 30% de diminuição. Agora a discussão é a forma de como será paga essa diferença salarial no restante do contrato. E no São Paulo a proposta em reduzir pela metade os salários e o cortar os direitos de imagem não agradou os atletas. Mesmo assim o Tricolor fechou a redução, o que abre brecha para batalhas jurídicas no futuro. O clube do Morumbi garante um pagamento de 50 mil reais mensais para seus jogadores e promete reembolso de todo o ordenado, que não será pago para os atletas distribuídos no restante de seus contratos. Aqueles que recebem menos que esse montante não tiveram seus salários mexidos.
Medidas são amparadas pela MP 936, apresentada pelo Governo Federal -- no início de abril -- que autoriza aos empregadores a reduzir toda a jornada de trabalho pelos próximos 90 dias ou até suspender contratos empregatícios por 60 dias. Os funcionários teriam direito a estabilidade temporária e o recebimento do beneficio emergencial. Ainda de acordo com a Medida Provisória, a redução de jornada e de salários pode ser de 25%, 50% ou 75% por acordo de cada um ou 100% em acordos coletivos.