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22/06/2020 às 09h54min - Atualizada em 22/06/2020 às 15h30min

Resenha: O Homem de Giz

O livro de estreia da autora C.J. Tudor é um sucesso

Luhê Ramos - Revisão Renata Rodrigues
O Homem de Giz / divulgação editora intrínseca
Livro de estreia da autora C.J. Tudor, O Homem de Giz de cara já fez sucesso. Ficou em alta na época de seu lançamento e permanece por conta do mistério e do enredo envolventes. A publicação de 2018, tem estilo comparado a uma mistura entre particularidades do autor Stephen King e do seriado Stranger Things. Foi feito para quem gosta do gênero e não quer ficar com medo. A obra provoca o lado questionador e pensante do leitor. 
 
Eddie, Hoppo, Gav, Mickey e Nicky formavam um grupo de grandes amigos que estavam sempre juntos, brincando, compartilhando histórias e aventuras. Em 1986, quando Eddie tinha apenas 11 anos de idade, a pequena cidade de Anderburry passou a ser solo de acontecimentos e histórias estranhas e macabras. Os fatos ocorridos envolviam mortes e ataques. Chegaram a modificar a energia que conduzia a amizade dos seis, ainda mais quando os bonecos de giz, que desenhavam pela localidade, começaram a parecer diferentes. 
 
Trinta anos depois, Eddie - já com seus quarenta e um anos - divide a casa com sua inquilina Chloe e dá aulas na escola de Anderburry. Os assuntos que compunham o passado da cidade ainda não estão bem resolvidos, mesmo que alguns habitantes insistam em acreditar no contrário. A população ainda corre perigo e precisa que os antigos assuntos (ainda atuais) sejam completamente esclarecidos. Eddie continua tendo pesadelos e se empenha ainda mais para descobrir o motivo por de trás dos acontecimentos bizarros que vem assombrando-o.   
 
O Homem de Giz conta com personagens bem construídos, alguns melhores que outros. A autora dá foco nos personagens que mais interferem na história, mas todos possuem passado que contribui para a formação de suas características e personalidades, que também colaboram com a formação da historia. Os homens de giz desenhados, mesmo não sendo personagens, são aspectos essenciais para conseguir o efeito desejado pela autora. A forma como são descritos, muitas vezes figurando-os como se tivessem vida própria, deixa tudo ainda mais interessante.  
 
A obra possui uma dinâmica de capítulos que se alternam entre os anos de 1986 e 2016, entre a infância e a fase adulta de Eddie. Essa é uma característica que chega a incomodar o leitor não acostumado, entretanto contribui para um tom misterioso e melhor desenvolvido. A organização dos capítulos também impacta no melhor entendimento e raciocínio de quem lê. Depois de já ajustado ao modelo, ler ininterruptamente é o desejo do leitor já envolvido.
 
Outro aspecto diferente, interessante e sublime é seu final em aberto. Ao chegar no desenlace do livro a história que finalmente parece completa e redonda ainda trás questão impactante à tona. O último capítulo chega para surpreender mais uma vez o leitor. Só então, algo inimaginável durante toda a leitura é descoberta por nós. Aparenta ser um gancho, mas é na verdade um final fenomenal, imprevisível, e que traz um ar ainda mais misterioso ao livro de C.J. Tudor. Um livro surpreendente e completo. 
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