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10/06/2020 às 22h44min - Atualizada em 10/06/2020 às 22h32min

Racismo - O grito da população no combate a formação estrutural

Os protestos têm se intensificado após o episódio de racismo nos Estados Unidos

Ariel Vidal - Editor: Ronerson Pinheiro
Foto/Reprodução: Internet


A cidade de Mineápolis, no estado de Minnesota, EUA, se tornou o centro de protestos após a morte de George Floyd, no fim de maio, gerando grande comoção e repercussão internacional. Outras manifestações seguiram acontecendo em cidades americanas e nas redes sociais, com a frase “Black Lives Matter – Vidas Negras Importam”. A cidade, que carrega uma história de separação e conflitos, comprovam que o racismo ainda é presente em todo o mundo.
 
George Floyd, 46 anos, morreu após ser detido, algemado e imobilizado por policiais brancos. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou: “A morte de Floy, encheu os americanos de horror, raiva e tristeza”, disse o presidente. O episódio que culminou na morte de George Floyd colocou em pauta o racismo no mundo. No Brasil, o contexto de preconceito também é histórico, e até hoje, ataca direta ou indiretamente cerca de 56% da população, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU Brasil).  
 
A psicóloga Daiane Mello, que atua no acompanhamento social de pessoas negras e vítimas de violação dos direitos, declara que o racismo é velado quando há silêncio de soluções. “É preciso o grito da população, comentando sobre a onda de racismo, para que saia essa neblina, e fique bem explícito”, explica.
 
Movimento virtual
 
Os protestos têm se intensificado após o episódio de racismo nos Estados Unidos. Nas redes sociais, usuários compartilham fotos com “quadrados pretos” utilizando a hashtag #BlacksLivesMetter ou #BLM que ganharam repercussão entre diversos artistas, inclusive no Brasil. A psicóloga Daiane Mello, revela que o movimento é importante principalmente, entre as pessoas que realmente se importam com a situação, mas não impede que os próprios racistas também se misturem por intenção de fama ou modismo“Uma pessoa que se beneficia da estrutura social, se cala diante da opressão, e minimiza o sofrimento de uma pessoa negra considerada racista, mesmo que inconsciente”, explica. Ela afirma ainda que muitos não entendem o significado do racismo estrutural, que está ligado a um conjunto de práticas culturais, institucionais, e históricas que discriminam um grupo da sociedade.         
 
Trabalhando de casa em razão da quarentena, Daiane Mello, tem contribuído para o movimento, buscando questionar a “branquitude” para uma reflexão, e consequentemente uma ação, pois somente o racismo exposto, pode ser combatido.

 



Psicóloga, Daiane Mello em sua rede social. Foto/Reprodução: Internet.
 

 

Estrutura racial e institucional
 
A educação no Brasil tem em sua estrutura o conceito de raça erroneamente utilizada, visto que a única raça é humana, mas contam nos currículos escolares, e que são impregnados nas crianças, formando pessoas que classificam o branco superior ao negro. O racismo estrutural e institucional estão presentes nas instituições.
 
No início do mês de junho, o jovem João Pedro, 14 anos, morreu após ser baleado durante uma operação conjunta da Polícia Federal, e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), no Complexo do Salgueiro, no município de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. O jovem brincava dentro de casa com os primos quando tudo aconteceu. A morte do garoto gerou revolta na comunidade, e repercussão na internet entre artistas e simpatizantes do movimento rendendo críticas a Polícia Militar, e ao Governador do estado Wilson Witzel.
 
Anielle Franco, ex-companheira da vereadora Marielle Franco, assassinada em março de 2018, no Rio de Janeiro, desabafou em uma rede social. “Meu coração sangra pela família do menino João Pedro! Todo dia a favela chora de alguma forma! Todo dia o povo preto sofre de alguma forma! Todo dia nos matam um pouco de alguma forma! Chega de genocídio! Chega!", desabafa.


Editora-chefe: Lavínia Carvalho


 
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