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20/06/2020 às 11h32min - Atualizada em 20/06/2020 às 11h28min

Exploração Infantil: Menores tem sido vulneráveis para criminosos

Dados da Safernet confirmam que a cada 15 minutos, uma criança sofre violência sexual no Brasil.

Ariel Vidal - Edição: Giovane Mangueira
Polícia Cívil RJ
Foto: Lucas Neves/ Reprodução

Devido ao isolamento social para prevenir a disseminação do novo Coronavírus, muitos casos de ciberpedofilia tem intensificado entre crianças e adolescentes, visto que a atividade online tornou-se ainda mais utilizada, tanto para distrações ou para demais conteúdos. No entanto, de acordo com os dados da SeFernet, a cada 15 minutos, uma criança ou adolescente sofre violência sexual no Brasil, além disso, 77% dos casos ocorrem com pessoas próximas à vítima. 

O Delegado Luiz Henrique Marques, que atua na Delegacia Especializada à Crianças e Adolescentes Vítimas (DCAV), explica que é importante avaliar o comportamento da criança, se demonstra estar muito agitada é sinal de violência física, mas se estiver muito quieta pode ser violência sexual. “Os suspeitos podem agir pela internet, assim como podem ser parentes, vizinhos. Os autores costumam aproveitar a criança sozinha para executar o crime.”, revela.  
 
Ainda de acordo com o delegado, o atendimento às vítimas deve ser especializado e multidisciplinar, através do Centro de Atendimento de Adolescentes e Crianças (CAAC), que é uma extensão da DCAV, inaugurado no Hospital Souza Aguiar, em 2015 no Rio de Janeiro. O atendimento é baseado no tratamento de escutas protetivas às vítimas, e após ser medicado, o menor é encaminhado aos agentes treinados em técnicas de entrevista investigativa.

 

 Crimes contra crianças

 
Segundo um levantamento feito em 2019 pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos foi registrado mais de 88% de denúncias à violação de direitos da criança ou adolescente, com um aumento de 14% em relação a 2018.
 
Os meios empregados para a morte violenta dos menores foram armas de fogo, em que 90,5% dos adolescentes e 51,9% das crianças foram mortos por disparo de arma de fogo. De acordo com dados da Polícia Civil, o homicídio de crianças e adolescentes é grave no Brasil, pois é considerado o terceiro país com o maior número de assassinatos de menores. Recentemente foi divulgado o caso de Douglas Enzo, de 4 anos, que foi morto em seu aniversário, por um tiro que acertou o pescoço da criança. Pedro Vinicius, de 21 anos foi preso por ser suspeito do crime, o inquérito foi concluído pela Polícia Civil, e o jovem responde por homicídio qualificado, pois o tiro foi em direção do menino. 
 
O Doutor e Delegado, Adilson Palácio, titular da DCAV revela que crimes como esses não estão longe de acontecer, mas a divulgação de informações sobre a denúncia é fundamental para a população. Segundo ele, a intenção da equipe é punir o autor, pois é a melhor forma de proteger a criança. 



 

O delegado também explica que o ato de exploração infantil tem sido o alvo dos pedófilos pela vulnerabilidade das crianças na internet, e que os pais têm o papel de proteger os filhos de serem vítimas desse crime. “Cabe a família proteger ao filho, a responsabilidade não é da criança. Uma das maneiras de proteger é instruir a criança, nem que seja limitar o uso de aplicativos, além de observar os sinais que ela demonstra”, explica o delegado.
 
Saiba como denunciar
 
O Delegado Adilson Palácio contou em uma live na página oficial da Polícia Civil que a denúncia previne não só uma criança, como outras que podem ser vítimas do autor. É importante que, ao ter conhecimento do crime, a pessoa não se omita. “Ao identificar que a criança foi vítima é importante que não apague as conversas, não pressione as crianças, e nem fale com o pedófilo, mas deixe tudo registrados para a DCAV, pois assim faremos o nosso trabalho, facilitando a prisão do criminoso”, ressalta.
 
A denúncia pode ser feita de forma anônima, pelo WhatsApp (21) 97255-4560, ou pelo telefone (21) 2332-4330, sendo assim, é possível retirar uma criança de um ciclo de violência e permitir que ela cresça de forma saudável. Denuncie suspeitas, e encaminhe à DCAV, como por exemplo, abuso sexual, trabalho infantil, maus tratos físicos e psicológicos, suspeita de exploração, lesão, abandono de incapaz, bullying e cyberbullying.
 


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