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25/06/2020 às 11h47min - Atualizada em 25/06/2020 às 10h52min

Venda de Marrony ameniza crise financeira do Vasco

Vasco paga salários atrasados com ida de atacante para o Atlético-MG, mas débitos persistem

Elison Lima - Editado por Paulo Octávio
Venda de Marrony trouxe alívio para os cofres vascaínos. Foto: Marcelo Zambrana/AGIF
A venda do atacante Marrony para o Atlético-MG trouxe um alívio para a saúde financeira do Vasco. Com a chegada de pouco mais de 16 milhões de reais aos cofres por 56% do passe do jogador, o Cruzmaltino conseguiu quitar um mês de salários atrasados de jogadores e três meses dos funcionários e férias. Porém ainda há valores em aberto. Além disso, o Vasco ainda permaneceu com 14% dos direitos econômicos do jogador, nos quais incluiu uma cláusula em contrato com obrigação de compra pelo clube mineiro caso o Galo não adquira o jogador até 2023. Caso não o exerça, o Atlético terá de comprá-lo por 1 milhão de euros (R$5,8 milhões na atual cotação).

O clube ainda contou com uma vitória: evitou com que o dinheiro da venda fosse penhorado pela Justiça devido a uma dívida com uma empresa de advocacia no valor de 25 milhões de reais. O juiz Rossidelio Lopes da Fonte, da 36ª Vara Cível, aceitou o pedido vascaíno para que parte do valor da negociação não fosse destinado ao pagamento deste débito.

A prática de uma negociação para pagar atrasados não é novidade em São Januário. Em 2013, o clube se viu obrigado a vender o zagueiro Dedé para o Cruzeiro por R$ 14 milhões para ficar em dia e aliviar a folha. O zagueiro, na ocasião, sentiu-se sensibilizado pela situação financeira e, com o convencimento da diretoria vascaína, à época comandada por Eurico Miranda, solicitou sua transferência para o clube mineiro a fim de ajudar o clube e os funcionários, que viam em Dedé um potencial ativo para sanar os débitos.

O presidente Alexandre Campello, desde meados de 2019, vem lidando com os constantes atrasos no Vasco e essa situação refletiu diretamente em atitudes que mexeram com o comando do futebol. A primeira e mais sentida foi a saída do então técnico Vanderlei Luxemburgo em dezembro do ano passado. A divergência, segundo informações, foi salarial, o que foi prontamente negado por Luxemburgo. O clube precisou se desfazer de jogadores considerados essenciais na temporada passada, como Rossi e Henríquez. Durante o Estadual deste ano, os jogadores não falaram com a imprensa em sinal de protesto por conta dos salários atrasados.

A torcida vem  tendo um papel importante para entrada de ativos no clube. O programa de sócio torcedor vascaíno, o “Sócio Gigante”, teve uma alta impressionante em seu número em novembro de 2019 com a promoção da Black Friday. O clube alcançou a primeira posição no ranking de clubes brasileiros e o quinto lugar geral no mundo, com mais de 180 mil sócios. O programa rende aos cofres vascaínos três milhões de reais por mês e a campanha de renovação do sócio iniciada em maio já está se tornando efetiva para o clube. Já foram confirmadas mais de 90 mil renovações de plano.

Outra fonte de renda para o clube foi a venda de “ingressos” para reprises de jogos históricos do Vasco na TV. Para o jogo da final da Libertadores de 1998 contra o Barcelona de Guayaquil, o Gigante da Colina conseguiu arrecadar pouco mais de R$ 200 mil, que ajudou no pagamento de salários de funcionários que recebem até R$ 1,1 mil. Para o duelo decisivo contra o Palmeiras, na Mercosul de 2000, o clube repetiu a fórmula e conseguiu angariar mais recursos a fim de amenizar a crise financeira que atravessa há muitos anos.

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