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26/06/2020 às 12h41min - Atualizada em 26/06/2020 às 12h31min

Investigador português diz que novo suspeito no caso de Maddie McCainn é um “bode expiatório”

“É o suspeito quase perfeito, só lhe falta uma coisa, que é estar morto”, afirma o ex-inspetor da Polícia Judiciária.

Rute Moraes - Editor: Ronerson Pinheiro
Portal tvi24 (Jornal Português)
Foto/reprodução: João Cortesão
O ex-investigador da PJ (Polícia Judiciária), Gonçalo Amaral fez novas revelações em uma entrevista ao jornal português TVI24. No último domingo (26), Gonçalo mostrou fotografias que provariam que os pais da menina seriam os verdadeiros responsáveis por sua morte. Além disso, ele afirmou que o suspeito Christian Brueckner é somente um “bode expiatório”, e que ele seria uma espécie de “o culpado/suspeito perfeito”. É importante ressaltar que o ex-inspetor foi afastado do caso em 2008, após criticar a polícia britânica.

"A teoria do rapto é aquela que possuí menos indícios, existe o indício de que alguém viu a criança no colo de um homem. Uma família irlandesa que tem o testemunho mais concreto, diz que a menina foi transportada. E o que as pessoas dizem é o que o mundo sabe: quem transportava aquela criança era a pessoa que estava descendo de um determinado avião, numa determinada data, com o filho no colo, na Inglaterra. Este era o pai da Madeleine. Não disseram que era parecido. Disseram que em quase 90% era o pai", afirmou Amaral.

Gonçalo, que investigou o desaparecimento de Madeleine, também revelou novas fotografias que dizem ser da van ligada ao suspeito alemão. Na imagem, o veículo está com uma personalização diferente, e não todo branco como aparece nas imagens divulgadas pelas autoridades alemãs. “Será que essa viatura passaria despercebida na Praia da Luz ou noutra localidade qualquer? Seguramente que não”, conta.

Durante a entrevista exibida pelo portal tvi24, o ex-inspetor colocou em xeque as razões pelas quais diz terem alterado “as imagens da autocaravana”. “Será que as autoridades alemãs chegaram à conclusão de que em 2007 a viatura ainda estava pintada de branco? Quem lhes disse isso. Será que as autoridades alemãs ou inglesas, não sei quem fez isto, acredito que não foi em Portugal, será que quem divulgou isto está tentando ‘checkar’ a informação, ver se aparece alguém telefonando, dizendo 'olhe eu vi a viatura', e não viu nada porque a viatura era de outra forma", indagou.


 
Foto reprodução: Jornal CM


Foto reprodução: Jornal CM/Autoridades Alemãs

Para a perita criminal e psicanalista, Maria Denisa, é necessário delinear alguns pontos considerados principais. “Trata-se de uma criança, portanto envolve questões de responsabilidade civil e de vulnerabilidade. Partindo disto, começamos um trajeto construindo assim, um caminho para a investigação. O detalhe principal se trata da menor (Maddie), olhando para isto, analisaremos as leis do país em que se encontra o processo. De que forma a Lei trabalha as questões ligadas ao crime com o menor, envolvendo a questão da responsabilidade civil”, explica.

“Qual a pergunta a ser feita no momento, a partir desta reflexão? Seria, a de analisar a questão do impacto. Se colocarmosas duas situações que estão sendo investigadas para serem analisadas, qual delas traria um impacto social mais violento. De que forma o país lida com a responsabilidade civil, envolvendo o menor. Para assim começarmos a montar o quebra-cabeça. Na suposição de que esta criança foi acometida por acidente doméstico grave, qual seria o impacto disto, diante da situação que ela se encontrava, com a relação da responsabilidade dos pais. Isto resultaria em que? Ou seria melhor direcionar esta problemática, esta acusação para um criminoso que já responde por este tipo de crime? Qual destas duas situações acarretaria mais impacto? De que forma a sociedade iria lidar com essas situações," questiona a perita.

“É uma pergunta que acredito que responda toda a pauta criada em torno da situação. Se estivesse no caso, faria primeiramente toda esta análise para iniciar a investigação, levando em conta primordialmente: Qual dos resultados levaria a um maior impacto social?”, conclui a psicanalista.


Editora-chefe: Lavínia Carvalho

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