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29/06/2020 às 10h27min - Atualizada em 29/06/2020 às 10h23min

Análise crítica do livro Ponto Cardeal

Beatriz Cezar - Editado por: Lavínia Carvalho
Facebook: Prosa, Verso e Arte
O lema da grande Revolução Francesa prega a liberdade, a igualdade e a fraternidade. A liberdade de ser quem queremos ser, a igualdade de sermos uns iguais ao outros, nos nossos direitos, nas nossas lutas e nas nossas verdades e, por fim, aquela que nos une, o nosso afeto e nossa união, a fraternidade. A Revolução trouxe o pensamento, a vontade, a luta, a coragem e a diversidade. Sendo assim, a autora Léonor de Récondo criou a ficção da coragem pela liberdade, da luta pelo desejo e da vontade de acreditar no seu ser.

Nos anos de 1980 a 1990, a AIDS mexeu com o pensamento dos franceses, com sexualidade e com as vidas. A preocupação com a saúde se tornou o corpo e a alma da sociedade e se tornou o estopim da mudança social e cultural: a sexualidade da modernidade. A autora adquiriu esses acontecimentos e criou a história com a persoangem Lauren, conhecida no começo da história por Laurent.
 
Laurent por tantos anos sabia quem era. Quando criança provava roupas da mãe, se maquiava, se decorava, se olhava no espelho e se amava, mas sabia que estava no corpo errado. Sabia que era apenas Laurent Duthillac, um homem, casado com Solange por 20 anos e pai de Thomas e Claire, jovens a flor da pele, com seus desejos, vontades e loucuras.

Durante todo o livro vemos o medo de Laurent de magoar a família, de perdê-los, de não velos ou ouvi-los, porém, todos esses pensamentos se tornaram em coragem e vontade para se tornar o que tanto sonhava e desejava, ser a Lauren. O ponto cardeal, a localização correta o ponto de encontro de todos os sentimentos e pensamentos. Laurent desejava a própria “Revolução”.

 A transição de Laurent para Lauren foi marcada pela personagem Mathilda, o segredo interior de Laurent. Durante a semana ele era o trabalhador de uma empresa de energia ecológica, porém, sábado a tarde era Mathilda, loira, segura, corajosa, maquiada e imponente, frequentadora do Zanzibar, conhecido como Zanzi, junto com a amiga Cynthia.

Grandes histórias têm dificuldades, e com Lauren não foi diferente. Ao encontrar um fio de cabelo loiro pendurado em um grampo no chão do quarto (ah, o final de semana de Mathilda, sem a família em casa, uma aventura) despertou em solange a ideia de traição. Solange decidiu investigar a fundo o que o marido fazia. Essa impulsão fez com que ela seguisse Laurent até o Zanzi, vasculhou o carro do marido e se escondeu dentro dele, até que, o susto ao ver, o choro os socos no banco do carro tornam a leitura tão real e emocionante.

Durante o livro nos conectamos como nossa realidade e com a atualidade, sentimos a emoção de nossos personagens, seus medos, seus corações pulsando, sentimos seus pensamentos e nos apaixonamos pelas frases "Quem sou eu” ou “Você é livre, só precisa que se decida por esta liberdade” ou até “Meus filhos, sou uma mulher”. Frases contagiantes, cheias de emoção e pensamentos, são frases da liberdade e da coragem, são as frases de Lauren.

Mesmo com tantas dificuldades, a história nos demonstra a confiança, a luta e a vontade do sonho se tornar realidade, momentos que contagiam o leitor a terminar o livro e pensar em cada momento.

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