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29/06/2020 às 11h49min - Atualizada em 29/06/2020 às 11h47min

​Pandemia causa prejuízo e mexe com calendário da Fórmula 1

Em meio a crise nas escuderias, pilotos voltam ás pistas após parada de quatro meses

Emille Beatriz Costa - Editado por Paulo Octávio
Vettel e Leclerc durante testes da Ferrari — Foto: Divulgação/ Ferrari
Depois de quatro meses, a Fórmula 1 finalmente voltará neste fim de semana. O GP da Áustria reinicia o torneio, que está suspenso desde fevereiro, quando aconteceu a pré-temporada em Barcelona. Com o cancelamento do GP da Austrália, que deveria abrir o campeonato no dia 15 de março, os pilotos não chegaram a participar do treino livre. “Isso nunca aconteceu. Na verdade, o nosso mundo nunca viveu da forma como está hoje. A FIA (Federação Internacional de Automobilismo) está fazendo passo a passo. Até agora confirmou só a fase europeia, enquanto está organizando as outras corridas fora da Europa”, afirmou Luciano Burti, comentarista e ex-piloto de Fórmula 1.
 
Nestes quatro meses longe das pistas, das 22 etapas -- que seriam um recorde na F1 -- até agora  apenas oito foram disputadas. Até algumas provas tradicionais, como a de Mônaco e Japão, foram canceladas. Já a da Holanda foi adiada. “Eu nunca tinha visto isso desde que acompanho a Fórmula 1 desde criança. A F-1 tinha sempre aquela imagem de que não muda nunca, de que fazem de tudo para evitar mudanças. O que está acontecendo é uma exceção, como vem acontecendo com tudo no mundo”, disse Tarso Marques, também com passagem pela categoria.

A direção do campeonato da F1 fez com quem tivessem rodadas duplas no mesmo circuito, tanto na Áustria ( no próximo dia 12), quanto na Inglaterra ( dia 2 a 9 de agosto). Outras corridas  foram confirmadas: Hungria (19.07), Espanha (16.08), Bélgica (30.08) e Itália (06.09) Depois da prova na Itália, o restante do campeonato ainda é um mistério. Adiados, os GPs da China, Vietnã, Bahrein e Canadá ainda tem a chance de ser disputado este ano.

Já as corridas nos Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos, Rússia, México e Brasil seguem sem previsão de volta. Circuitos conhecidos, que ficaram de fora nos últimos anos, podem reaparecer no campeonato deste ano. Como os de Algarve (Portugal), Ímola (San Marino) e Mugello (Itália).

DANÇA DAS CADEIRAS E CRISE NA MCLAREN 

Após anunciar que irá deixar a Ferrari no final deste ano, o alemão Sebastian Vettel ainda não definiu o seu futuro, o que pode gerar novas especulações. Há possibilidade de uma futura parceria com Lewis Hamilton na Mercedes. Para substituir o alemão, a escuderia italiana contratou o espanhol Carlos Sainz Jr.. A vaga de Sainz será ocupada pelo australiano Daniel Ricciardo. Fernando Alonso passou a ser cogitado para o lugar vago na Renault, em uma possível volta a Fórmula 1.

A situação das equipes não estão fáceis, a McLaren demitiu 1.200 funcionários e pretende vender 30% das ações para levantar recursos. Depois de perder o seu principal patrocinador, abriu as portas para investidores. A equipe recebeu um empréstimo de 50 milhões de libras (cerca de R$ 325 milhões de reais) do empresário Michael Latifi. Latifi é pai do piloto canadense Nicholas Latifi, que estreará na Fórmula 1 este ano, pela mesma equipe.

“Sempre vimos crises em equipes pequenas. Mas o que está acontecendo agora é uma crise maior. A Williams já estava sofrendo nos últimos anos, mas agora levou a machadada final. Afundou e desandou de vez. Na verdade, todas as equipes estão sofrendo, até as maiores. Os custos continuam e a situação vai ficando insustentável”, avaliou Marques. “As equipes menores, que dependem mais dos patrocinadores, vão ter um prejuízo maior este ano. Por isso é importante que a Fórmula 1 adote esses cortes o mais rapidamente possível”, complementou Burti.

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