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02/07/2020 às 12h46min - Atualizada em 02/07/2020 às 12h32min

Comportamentos abusivos presentes nos animes

A apresentação de relacionamentos abusivos nos animes e como são recorrentes na sociedade

Nathalin Gorska - Editado por Fernanda Simplicio
FONTE: Cena de Nanatsu no Taizai / Reprodução: Twitter
Relacionamentos abusivos são caracterizados por ciúmes, abuso, chantagem e pressão psicológica. O Brasil ocupa a 5ª posição dos países com maiores números de feminicídios, a cada hora há cerca de 536 novos casos de abusos contra mulheres no Brasil.  Quase 4 milhões de mulheres já foram assediadas em ambientes públicos. Porém, após serem violentadas os traumas não acabam e as mulheres mais uma vez se veem aterrorizadas por fantasmas do passado e possíveis espectros do presente.

Entretanto, as mulheres não são as únicas a sofrerem abusos e pressão por parte da sociedade. Dados levantados na Austrália afirmam que 1 em cada 11 meninos sofreram violência sexual enquanto eram crianças e essa violência causa em todos sentimentos de prepotência e incapacidade, sendo possíveis fatores de traumas futuros.

A cultura do abuso, machismo e pressão psicológica está tão enraizada que muitas vezes esses comportamentos passam despercebidos em filmes, séries, livros, animes e HQ’s.

Nanatsu no Taizai (2014) é um anime inicialmente do estúdio A-1 Pictures, que é baseado em 7 cavaleiros (sete pecados capitais) liderados por Meliodas. O anime se passa no reino de Liones, que tem como sua terceira princesa Elizabeth. Após uma reviravolta no reino, Elizabeth vai atrás dos 7 pecados capitais para pedir ajuda e reestabelecer o poder de seu pai. Durante a trama do anime, Elizabeth é sempre apresentada como uma personagem hipersexuliazada e algumas vezes objetificada, a personagem é constantemente assediada por Meliodas que tem como uma de suas características a perversão. Por essa situação ser retratada de maneira tão recorrente no anime, com o passar das temporadas, esse comportamento passou a ser ignorado pelos fãs.

Ōkami Shōjo to Kuro Ōji (2014) do studio TYO Animations retrata a história de uma garota de 16 anos que se gaba por entender tudo de relacionamentos, e no meio de suas mentiras acaba entrando em uma enrascada e precisa fingir estar em um relacionamento com seu colega de classe, que se revela abusivo, sádico e maldoso. Para manter essa trama em pé, Erika aceita seus termos e é constantemente humilhada, maltratada e sofre inúmeras chantagens. Erika aceita tudo isso com a ideia de que ele pode mudar.

Fora dos animes e da ficção, situações como essas são recorrentes no dia-a-dia e grande parte das vítimas acredita que o abusador (quando é alguém conhecido) pode mudar. Em julho de 2020, movimentos de “Exposed” tomaram conta da internet com pessoas expondo os abusos sofridos e em decorrência os abusadores. Em todas as plataformas tinham mulheres contanto como foram assediadas no transporte, na faculdade ou na escola. E homens que foram assediados quando crianças ou denunciando a pressão psicológica que era imposta para eles.

Acabar com o machismo e a violência não é uma luta somente das mulheres, mas de toda a sociedade, uma vez que esses comportamentos criam estigmas e expectativas sobre toda a sociedade.

 

“Você tem que agir como se fosse possível transformar radicalmente o mundo. E você tem que fazer isso o tempo todo.” – Angela Davis.


REFERÊNCIAS:
FRANCO, Luiza. Violência contra a mulher: novos dados mostram que ‘não há lugar seguro no Brasil’. BBC, São Paulo, 26 de fev. de 2019. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/brasil-47365503>. Acesso em: 02 de jul. de 2020.

As sequelas do abuso sexual infantil em homens. A Mente é Maravilhosa, 16 de fev. de 2020. Disponível em: <https://amenteemaravilhosa.com.br/sequelas-abuso-sexual-infantil-em-homens/>  Acesso em: 02 de jul. de 2020.

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