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03/07/2020 às 00h30min - Atualizada em 03/07/2020 às 00h17min

Slam reúne jovens de diversas periferias de SP

A poesia falada propaga e incentiva a arte

Joyce Nayra - Editado por Alinne Morais
Foto: Divulgação

Em São Paulo existem mais de 40 Slans em seu formato padrão. São competições de poesia com 3 fases classificatórias. O poeta tem até 3 minutos para recitar sua poesia e recebe notas de 0 a 10 dos 5 jurados que são escolhidos entre o público. Os que tiverem as maiores notas passam para a próxima etapa e na última ficam apenas 3 finalistas. Mas esse método pode mudar de uma organização para outra. O vencedor de cada edição tem vaga garantida para a final anual, podendo ganhar o prêmio de R$1.000,00 e uma publicação no livro do coletivo. Também há os Slans estaduais e nacionais, eles podem garantir a chegada até a final mundial dos Slans que acontece todo ano na França.


Um dos principais Slans da cidade de São Paulo surgiu em 2012, criado por Emerson Alcante, Vander Che, Cristina Assunção e Uilian Chapéu. Antes da pandemia o  Slam Guilhermina ocontecia ao lado da estação de metrô Guilhermina - Esperança, na zona leste de São Paulo toda última sexta-feira do mês.
 
Essa iniciativa leva literatura à periferia da zona leste de São Paulo por meio da poesia falada. O movimento dá espaço para diferentes tipos de textos autorais de poetas das comunidades. Eles recitam poesias de diversos temas e, em sua maioria, mostram a realidade de quem vive na periferia e os preconceitos que sofrem.


As competições chegaram até as escolas que tornando-se palco para disseminar essa cultura. Poetas são convidados por professores para fazerem intervenções nos eventos escolares, e em São Paulo existe o Slam Interescolar. Algumas instituições de ensino, com sua organização própria, dividem os alunos participantes entre as modalidades “ensino médio” e “ensino fundamental” para competirem entre si.


Esse estilo de poesia revela a cada dia um novo artista como o jovem de Hércules, 21 anos, estudante de psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), nascido na periferia da zona sul da cidade de São Paulo. Ele se encantou pela modalidade em 2017, no ano seguinte começou a participar das competições e conquistou seu primeiro prêmio. Em julho de 2018, já muito conhecido no cenário do Slam de Porto Alegre, a artista Atena Beouvir sugeriu que Hércules escrevesse um livro, assim ele iniciou o projeto para publicar seu primeiro trabalho chamado "Jovem preto rei".


Para Hércules os Slams tornaram - se espaços para diferentes tipos de arte, onde jovens pretos e periféricos podem mostrar seu trabalho de forma segura, dando oportunidade para o crescimento potencial de cada um e cativando novos jovens a cada nova edição.


Com a pandemia e devido ao distanciamento social, os organizadores tiveram que pensar em uma forma das batalhas e apresentações continuarem acontecendo, a saída foi investir  nas lives, as batalhas ocorrem de forma online no canal do youtube  do Slam da Guilhermina.

 

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