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07/07/2020 às 15h51min - Atualizada em 07/07/2020 às 15h51min

Museu de Arte Sacra de São Paulo celebra seu Jubileu de Ouro

O MAS SP comemorou os 50 anos de sua criação durante a pandemia.

Karina Santos - Revisado por Renata Rodrigues
MAS SP | Reprodução/ Acervo MAS
Em meio a quarentena imposta pela pandemia de covid-19 e, consequentemente, fechando as portas ao público, o MAS SP celebra seu Jubileu de ouro com grandes transformações e várias atrações virtuais através de suas plataformas online, além do lançamento do tour virtual no Google Arts Culture.

O museu de arte sacra de São Paulo foi inaugurado em 1970 por uma parceria entre o Governo Estadual e a Cúria Metropolitana. Foi instalado na ala esquerda do antigo Mosteiro da Luz na região central da cidade. Uma construção do século XVIII considerada uma das mais importantes e bem conservadas obras da arquitetura colonial Brasileira.

O MAS é referência de estudo, conservação, reparo e exposição de arte com destaque às obras barrocas e sacras. No segmento inclusive, é a maior coleção brasileira e uma das maiores do mundo. Possui altares, oratórios, prataria e ourivesarias religiosas, joias, mobiliário, pinturas, fotografias, a maioria produzidos entre os séculos XVI e XX.

O acervo numeroso e a limitada área expositiva, faz o museu exibir rotativamente em média 20% das peças, destacando Nossa Senhora dos Prazeres (Frei Agostinho de Jesus século XVII); Nossa Senhora das Dores (Aleijadinho século XVIII); o Presépio Napolitano (século XVIII), o terceiro maior do mundo em exibição permanente e a segunda maior coleção de lampadários do mundo.

Para saber sobre as atividades e comemorações do aniversário do museu durante o fechamento, conversei com Henrico Cobianchi especialista em comunicação do museu.
 
Com a imposição da quarentena, o setor cultural, assim como os demais, precisou adaptar-se para de alguma forma manter suas atividades. Como foi para o MAS essa adaptação e quais foram elas?
Henrico Cobianchi: O MAS reforçou as atividades nas redes sociais e aumentou significativamente a sua expressão no ambiente virtual. Ações educativas passaram a ser feitas por videoconferência como passeios virtuais, encontro com profissionais de turismo e professores. Diversos catálogos, livros e revistas foram disponibilizadas gratuitamente para consulta e leitura. Lançamos também um documentário sobre o MAS no Youtube juntamente com playlists de videoaulas e palestras.
 
Essa é a primeira vez desde a criação do museu em que ele é fechado ao público? Já precisaram fazer outras grandes e/ou inesperadas mudanças?
Henrico: É a primeira vez que o MAS fecha 100% do seu espaço físico para o público. Já houve ocasiões de pequenas reformas e adequações técnicas em salas expositivas, mas nada que afetasse completamente a experiência da visita. A última grande intervenção no edifício foi a reforma para a visita do Papa João Paulo II em 1979.
 
Entres as mudanças promovidas em virtude da Covid-19, quais serão mantidas após a reabertura do museu?
Henrico: Alguns corredores do Museu possuem carpetes que serão retirados para facilitar a higienização. Disponibilizaremos totens com álcool na entrada e saída do espaço além de controlar o acesso do público bem como a implementação de e-tickets para evitar filas e o contato excessivo das pessoas. Grupos escolares e visitas agendadas passarão por reformulações que ainda estão em análise.
 
Neste mês de junho, no dia 29, o MAS completou 50 anos. Como e quais são as comemorações do Jubileu? E o que precisou ser adaptado ou cancelado?

Henrico: Planejávamos uma grande exposição de longa duração com peças do nosso acervo e também consignadas de coleções particulares que seriam exibidas pela primeira vez no Jubileu de Ouro. Tudo isso teve que ser adiado. Para marcar então essa data tão importante fizemos uma parceria com o Google Arts e Culture e lançamos, no dia 29, a nossa plataforma virtual e uma exposição especial online. Com essa iniciativa o MAS se torna o primeiro museu do Brasil dedicado à arte sacra e barroca a entrar na plataforma sendo o maior acervo do gênero disponível para acesso no país. Além disso, fizemos a terceira edição da Revista Piratininga que reúne artigos científicos de pesquisadores da arte.
 
O setor cultural, aparentemente, adaptou-se rápido ao cenário atual. Apesar disso existe uma grande preocupação sobre a manutenção das atividades e mais ainda com a reabertura. O museu já tem um plano para reabertura?

Henrico: O MAS ainda estuda o plano de reabertura e segue sem data definida para tal. O que mais preocupa o setor museológico são os cortes de verba orçamentária que pode prejudicar ainda mais as atividades do setor.
 
É inegável que o setor cultural, assim como os demais, tenha enfrentado muitos desafios. Porém iniciativas como a tour virtual do MAS são extremamente positivas inclusive para a educação como pontua Maria Rita Ferrarez Arbid, professora de arte a 9 anos na educação básica do estado de São Paulo: “Iniciativas assim podem ser a única possibilidade de muitos alunos vivenciarem a experiencia da visita a um museu.”

Para a professora um tour, mesmo que virtual, pelo museu com os alunos enriquece o aprendizado e estimula o interesse pela arte. É de extrema importância museus como o MAS disponibilizarem seu acervo online democratizando o acesso. Mesmo no cenário atual com tantas mudanças e incertezas, o MAS SP só tem motivos para comemorar por sua história e contribuição social.

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