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07/07/2020 às 23h03min - Atualizada em 07/07/2020 às 23h03min

Casos de depressão aumentam 90% em período de quarentena

Isolamento social traz grandes consequências em pessoas de 14 a 40 anos

Giovanna - Editado por Barbara Honorato
A quarentena foi decreta em São Paulo no mês de março, e nos dois primeiros meses de isolamento social no Brasil, os casos de depressão aumentaram 90% no Brasil, já as que sofrem de ansiedade, obteve um aumento de 71%, pois, com a chegada no novo coronavírus (covid-19) e com os distanciamento presencial de amigos e entes queridos provocou um aumento significativo na procura de atendimento psicológico online, e novos diagnósticos  apontados por especialistas revelaram depressão e ansiedade no público de 14 a 40 anos.

Segundo uma pesquisa da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) – realizada com 1460 pessoas de estados diferentes, casos de depressão subiram para 8% (90% de aumento) e de ansiedade para 14,9% (71% de aumento). O psicólogo Caio Augusto explica que as consequências da pandemia e isolamento social ocasionaram neste aumento. “Teve o aumento, sim. Não por conta da pandemia em si, mas, por conta das consequências dela. Pessoas tiveram seus empregos alterados ou até perderam seus trabalhos, essa questão do medo de você sair e não saber se está infectado ou não. Tudo envolvendo principalmente a questão do trabalho”, analisa.

Há também casos com problemas pré-existentes que, ao se deparar com essa situação acabam tendo recaídas mesmo apresentando melhoras anteriormente, como explica Milene Lamarca, coordenadora da ONG Espaço Ser - Casa Matheus Campos. “Quando esses jovens chegam na ONG, dá para perceber na primeira conversa que eles estão sem perspectiva. Não são compreendidos pelos familiares, pela sociedade, amigos e às vezes nem por eles mesmos . Então acolhemos sem julgamentos, direcionamos para nossas atividades - como yoga, reiki, roda de conversas, musicaterapia, entre outras atividades. Baseamos esse acolhimento em três pilares: amor, gratidão, integração e propósito, e nesse primeiro contato percebemos que eles já saem com uma luz. Com um tempo, as atividades, as conversas e outras coisas que oferecemos, vemos o progresso de jovens que nem saiam da cama. Tanto que quando adaptamos para o online, houve um boom, porém com essa situação se prolongando, alguns acabam tendo recaídas, ou seja, quando esses jovens se privam da sua rotina e suas atividades anteriores, a tendência é agravar essas doenças. O que vale também para idosos que, além do medo, ficam dentro de suas casas geralmente sem o contato com a família ou amigos”, comenta.

No caso de profissionais da saúde, a técnica de enfermagem, Meire Gonçalves, alega que o número de afastamentos em hospitais cresceram devido ao estresse. “Devido à pressão do dia-a-dia e o medo de infectar a família, muitos profissionais da saúde sofrem com o estresse e a ansiedade. Tanto que aumentou muito o número de afastamentos Já para os infectados, existem a saudade de estar próximo de pessoas, a consciência da gravidade do seu problema e entre outros fatores que influenciam na saúde mental de cada um”, relata.

A maneira de evitar que esses números cresçam e a quarentena se torne mais confortável para aqueles que já possuem algum desses problemas, a recomendação é unânime entre todos os profissionais. Realizar atividades prazerosas para a melhoria da saúde mental e corporal. Algumas sugestões são meditação, exercícios físicos, leitura, desenhos, manter contato com outras pessoas, e o indispensável para todos os casos: muito amor, acolhimento e compreensão, principalmente em um momento tão delicado em que o mundo está passando.
 
 

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