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09/07/2020 às 18h36min - Atualizada em 09/07/2020 às 18h25min

Opinião:O futebol no streaming

Novo método de ver o futebol chegou forte, mas encontra problemas

Elison Lima - Editado por Paulo Octávio
Streaming veio como alternativa, mas conta com melhorias na internet para se firmar (Foto: Getty Images)
Streaming. Esta palavra em inglês nunca foi tão falada como agora em território brasileiro. A velocidade da tecnologia somada a novas empresas no país fez com que as plataformas digitais se tornassem uma opção para assistir o futebol. Juntamente com uma novidade considerada empreendedora, o streaming também esbarrou em velhos problemas corriqueiros no Brasil.

A alta deste tipo de consumo se deveu, prioritariamente, a alguns fatores. Um deles foi a chegada da DAZN, em março de 2019. A plataforma chegou com boas aquisições, como os Campeonatos Italiano e Francês, além da FA Cup e da Copa Sul-Americana. Posteriormente, a Premier League foi uma das boas cartadas para angariar assinantes. Porém, o preço considerado salgado para os padrões brasileiros afugentou muitos: R$ 37,90, ou seja, pouco acima de 3,5% do salário mínimo (considerando valores atuais). O valor cobrado, para muitos fãs de esporte, não era considerado satisfatório pelo cardápio oferecido, muito pelo fato de os jogos serem esporádicos ou pelo fato de alguns torneios serem considerados irrelevantes.

Para facilitar a inserção no mercado brasileiro, a DAZN fechou parcerias com a RedeTV! e a Bandeirantes para inclusão de alguns de seus campeonatos na TV aberta. A audiência no jogo entre Racing x Corinthians, pela Copa Sul-Americana, chegou a alcançar a liderança, um dado muito considerável ao se tratar de uma empresa inovadora com uma emissora que não tem uma audiência volumosa.

Outra aposta no streaming foi feita pelo Facebook com a transmissão de jogos da Copa Libertadores e da Liga dos Campeões, este último em parceria com o Esporte Interativo.

STREAMING NO CAMPEONATO CARIOCA 

Neste ano, o streaming voltou à toda com a notícia do rompimento do contrato da Globo com 11 dos 12 clubes participantes do Campeonato Carioca. O fato se deu pela transmissão de Flamengo x Boavista na Fla TV, canal no YouTube do clube rubro-negro, amparado pela MP 984/2020, que o clube conseguiu juntamente ao presidente Jair Bolsonaro dar poderes aos clubes mandantes de fazerem transmissões próprias ou negociarem as mesmas de forma individual, sobrepondo-se assim à Lei Pelé e ao contrato firmado entre Globo e clubes. A MP abriu portas e possibilitou que Vasco e, nesta quarta-feira, o Fluminense, transmitissem seus jogos enquanto mandantes em seus próprios canais.

A alternativa foi até certo ponto vista como boa no marketing dos clubes, impulsiona tanto o número de inscritos, quanto de visualizações. O clássico entre Fluminense e Flamengo, válido pela final da Taça Rio, bateu o recorde de visualizações simultâneas, chegando a quase 3,6 milhões de visualizações.

Porém, o sucesso do streaming poderia ser bem maior caso não houvesse obstáculos. A qualidade da internet brasileira ainda é bem precária. Não são raros os casos de travamentos durante os jogos. Outro fator que joga contra é a cobertura de internet. Há municípios no país que mal possuem acesso à internet. Um clube como o Flamengo, por exemplo, possui torcedores espalhados no Brasil, até nas regiões mais interioranas, de difícil acesso. Sem a internet ou uma internet de qualidade, não há possibilidade de alcance e o clube pode perder um torcedor-consumidor em potencial. A necessidade de recorrer ao bom e velho rádio, diante da inviabilidade de transmissão televisiva, torna-se o único meio de acompanhar o clube de coração.

O streaming já é realidade no Brasil. Mas a aprimoração e expansão é necessária.

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