A cerimônia, que conta com o apoio da Prefeitura de São José dos Pinhais e da Secretaria de Cultura de SJP desde 2015, começa às 11h e se estende até às 19h seguindo este cronograma todos os anos. Às 14h acontece o cortejo dos acólitos e a distribuição dos amamori (amuletos de proteção), seguido da cerimônia do Kambutsue, na qual as pessoas oferecem chá ao Buda – banhando sua imagem ainda criança – com pequenas porções de chá adocicado naturalmente. O chá representa a chuva de néctar que caiu no momento de seu nascimento, assim, seguindo a crença popular, as pessoas que o homenagearem desta forma podem ter seus pedidos atendidos.
Por ser aberto ao público, as pessoas aparecem com várias intenções, como é o caso da Akemi Ferreira, de 37 anos, que atua como assessora cultural do Consulado Geral do Japão em Curitiba desde 2010 e trabalha no evento desde 2012, ela diz que no ponto de vista do seu trabalho o evento é considerado uma oportunidade de estar divulgando as bolsas de estudos que o governo japonês oferece nesta época e, no seu ponto de vista pessoal, é uma forma de estar mais próxima do público e participar dessa integração de forma mais próxima.
Já para a estudante de 21 anos, Beatriz Makiyama, que estava pela primeira vez visitando o Hana, mas já participou nos outros Matsuri que ocorrem durante o ano, o evento é uma forma de aprendizado para os visitantes que conhecem a cultura japonesa apenas de maneira vaga, oferecendo a oportunidade de estarem se aprofundando e vendo que ela oferece muito mais do que imaginam. Ela ainda acrescenta “Eu acho que é uma forma de conservar uma tradição, a gente acaba misturando muitas culturas e acaba se perdendo nessa parte, eu acho que o Matsuri ajuda a gente a conservar isso.”
Além das celebrações tradicionais, ocorrem também as apresentações de danças culturais, vendas de comidas típicas, itens de decoração e da cultura pop asiática, podem ser encontrados até mesmo pontos de venda de roupas típicas como por exemplo o kimono e outros itens de vestimenta ou enfeites de cabelo. Por ser gratuito e aberto ao público, chama a atenção de muita gente, desde os fãs da cultura até os curiosos, no local se encontram famílias de imigrantes, das quais algumas enxergam o evento como uma grande representatividade cultural, famílias locais que se interessam pelo evento, os chamados cosplayers (representantes de personagem á caráter), entre outros visitantes que se misturam.
Apesar de parecer apenas mais um evento local, ele significa a presença marcante da cultura japonesa em Curitiba e região, para muitos apresenta uma questão de representatividade, manifestação cultural, inclusão social e também de expressão religiosa, em vista que é considerado o Natal Budista. Além desse, ocorrem outros Matsuri ao longo do ano, eventos que auxiliam quando o assunto e incluir a todos, já que também são abertos ao público e apresentam outras faces da cultura japonesa.