Na noite do dia 29 de março de 2008, Isabella Nardoni, de cinco anos de idade foi atirada do sexto andar do apartamento do próprio pai, Alexandre Nardoni. Isabella foi encontrada morta na zona norte de São Paulo. Anna Carolina Jatobá, madrasta da menina, e Alexandre Nardoni foram os únicos suspeitos, segundo a investigação da perícia.
Os laudos comprovaram que havia sangue no banco de trás do carro, o que afirma a polícia que a menina já havia sido agredida desde o carro. Mas não houve sinais de luta dentro do apartamento, local do crime. De acordo com o Tribunal de Justiça, os acusados foram condenados a mais de 26 anos de prisão. Atualmente, Anna Carolina Jatobá cumpre regime semiaberto.
Destaque da Perícia
Mais de 10 anos se passaram e, após esse acontecimento, a perícia vem ganhando destaque na resolução de crimes. Segundo a perita criminal, Fabinara Dantas, que atua no Instituto de Criminalística de Sergipe, o caso Isabella Nardoni, abalou o país. Ela conta que o trabalho da perícia foi primordial para o deslinde do fato. “Para se ter uma perícia bem estruturada, é importante que se tenha um efetivo qualificado e equipamentos específicos. Ainda é preciso que haja melhor estruturação das instituições periciais em todo o território brasileiro.” revela Fabinara Dantas. A perita acrescenta que ainda é enorme a carência de equipamentos forenses na maioria dos estados brasileiros.
No entanto, a profissional explica que o trabalho da perícia é obrigatório, caso a infração tenha deixado vestígios. Conforme o Código de Processo Penal, artigo 158, é indispensável o exame de corpo de delito direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
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Evidências não mentem
Após a coleta de vestígios são encaminhados ao laboratório para a conclusão da perícia. O laudo pericial, que imparcialmente, será feito para revelar a verdade do caso. Afinal as testemunhas podem até mentir dentro do processo, mas os vestígios não, pois são baseados em comprovação científica.
No entanto, caso não haja provas suficientes para a conclusão do laudo, pode ser feito o arquivamento de Inquérito Policial por falta de provas. Contudo, se futuramente houver a descoberta de provas novas, o Inquérito Policial poderá ser desarquivado e a investigação retomada.
Aqueles que se interessam pela área de ciência e investigação forense, devem saber que a realidade de um perito criminal hoje é ainda de grandes dificuldades, mas também há resultados. Afinal as técnicas utilizadas pelos seriados são parecidas. “A diferença é que lá eles fecham os episódios em 40 minutos. Aqui, não recebemos o roteiro, é uma incógnita. Não dá para fechar em 40 minutos, às vezes demora seis meses para fechar um caso," explica Adilson Pereira, Perito do laboratório Técnico-Científico de São Paulo, em entrevista ao G1.
“Contudo as ficções de perícia criminal têm contribuído para divulgação da profissão de Perito Criminal, e despertado o interesse em alguns para investidura no cargo.” afirma a perita criminal Fabinara Dantas. O perito oficial pode ser dividido em três áreas, dependendo da formação em nível superior. Segundo o art. 2º c/c art. 5º da Lei Federal 12.030/2009, são peritos oficiais apenas os peritos criminais, peritos médico-legistas e peritos odontolegistas. Além do curso superior, cada instituição define no edital as exigências para a aprovação no concurso público.
Além disso, os peritos oficiais passam por curso de formação, antes de atuarem nas funções do cargo. A partir dos conhecimentos das áreas de criminalística, e especialização na investigação forense estarão aptos para a profissão.
