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14/07/2020 às 23h38min - Atualizada em 14/07/2020 às 23h32min

Garoto de 12 anos é preso após ofender  Wilfried Zaha nas redes sociais

Jogador postou mensagens que foram enviadas a ele antes da partida contra o Aston Villa

Cristian Moraes Rocha - Editado por Paulo Octávio
Wilfried Zaha no jogo contra o Aston Villa. Foto:Getty Images
Um torcedor do Aston Villa de 12 anos foi preso pela polícia no último domingo (12). Ele foi o responsável por enviar mensagens racistas ao atacante do Crystal Palace, Wilfried Zaha, horas antes da partida entre os dois clubes ingleses.

 “É melhor você não marcar amanhã ou eu irei à sua casa vestido como fantasma [referência a roupa branca usada pelo grupo racista americano, Klu Klux Klan]”, escreveu o torcedor por meio de uma conta anônima. O jogador compartilhou as mensagens, as fotos que recebeu no Twitter e colocou como legenda: “Acabei de acordar e vejo isso”. São duas fotos, uma em relação a alguma propaganda de cereal racista, e a outra é da Klu Klux Klan.

A polícia de West Midlands, depois de fazer apreensão do garoto, agradeceu a todos que se manifestaram e disse que o racismo não será tolerado. Entretanto, no dia seguinte o menino foi solto, mas as autoridades garantiram que as investigações continuarão.

 O jogador marfinense voltou a se pronunciar na segunda-feira, agradeceu o trabalho da polícia e disse que apesar da idade as pessoas devem ser responsáveis por seus atos.

“Gostaria de vir aqui agradecer por todas as mensagens de apoio. Também gostaria de agradecer à polícia de West Midlands por sua ação rápida em fazer a prisão. As pessoas precisam entender que, independentemente da sua idade, seu comportamento e suas palavras têm consequências e você não pode se esconder atrás das mídias sociais", disse.

 Ele também pediu uma melhor educação e ressaltou que não adianta somente falar, tem que ter “ação” para se combater o racismo.  “Não basta ficar com nojo dessas mensagens que recebi e seguir em frente. Não basta dizer #notoracismo, precisamos de ação, precisamos de educação, as coisas precisam mudar", afirmou.

Novamente por meio do Instagram, Zaha pediu que as empresas responsáveis pelas redes sociais sejam mais rigorosas em relação a criação de contas para evitar que outras pessoas recebam esse tipo de mensagem.

A Premier League, liga que comanda o Campeonato Inglês, deu total apoio ao atacante e condenou qualquer ato de preconceito. E reafirmou que estará do lado de jogadores, técnicos e dirigentes que receberem abusos discriminatórios.

Os clubes disseram que estão do lado do atleta, e o Aston Villa informou que o autor das mensagens está impedido de ir ao Villa Park (casa do Aston Villa) para sempre.
 
Essa não foi a primeira vez que Wilfried Zaha é alvo de ofensas racistas. Em abril de 2019, ele disse a SunSport que recebe um milhão de mensagens abusivas toda semana no Twitter e Instagram. Torcedores do Liverpool e do seu ex-clube Manchester United, em 2017, o xingaram de “macaco preto”.

CASOS RECENTES 

Em maio, a lenda do Arsenal, Ian Wright compartilhou abusos racistas que ele sofreu por mensagens no privado do Instagram. No dia 11 de julho, o centroavante do Chelsea, Tammy Abraham, foi alvo de outros torcedores racistas na internet depois da derrota para o Sheffield United. Outro personagem desta partida também sofreu com xingamentos, o atacante David McGoldrick, do Sheffield, autor de dois gols no jogo. As manifestações contra o racismo no mundo se intensificaram depois que George Floyd foi assassinado por um policial branco que o esganou em Minneapolis. Após divulgação da imagem, surgiu o movimento “Vidas negras importam”.

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