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16/07/2020 às 19h05min - Atualizada em 16/07/2020 às 18h55min

Acelerador de partículas é o novo aliado no combate ao coronavírus

O equipamento registrou as primeiras imagens da estrutura proteica do vírus

Cinthia Resende - Edição Luana Gama
Imagem em 3D da proteína do vírus Divulgação/CNPEM

Sirius, acelerador de partículas do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP), um dos mais complexo laboratório científico do mundo, está sendo usado para investigação de partes da estrutura do novo coronavírus, que até então não tinham sido estudadas. Novos tratamentos poderão ser usados no combate a covid-19 com as descobertas feitas pelo trabalho desenvolvido no centro. 

O primeiro resultado analisado informa sobre a proteína 3CL, que faz parte do processo de replicação do vírus dentro do organismo durante a infecção. Em comunicado oficial, Kleber Franchini, diretor do Laboratório Nacional de Biomedicina, disse que “com a obtenção de dados confiáveis e competitivos, vamos aprofundar os estudos em biologia molecular e estrutural que integram nossa força-tarefa contra o SARS-CoV-2”.

Apesar de não estar totalmente concluído, a urgência causada pela pandemia acelerou a finalização de alguns dos espaços de pesquisas do Sirius e permitiu o início das investigações. “Neste momento, consideramos que a máquina está em fase de comissionamento científico, realizando experimentos ainda em condições que impõe algumas limitações. Entretanto, em resposta a crise causada pela Covid-19, optamos por disponibilizar antecipadamente essa ferramenta aos pesquisadores que já tem familiaridade com experimentos de cristalografia de proteínas, para que eles possam avançar no entendimento da molecular do vírus”, explicou o diretor do Laboratório Nacional de Luz Síncontron (LNLS), disse Harry Westfahl Jr.





Sirius



O Sirios é um acelerador de partículas, que usa a velocidade para gerar uma colisão de alta energia a fim de produzir novas partículas elementares. Assim, é possível analisar detalhes microscópicos 50 mil vezes menores que um fio de cabelo. O projeto é ambicioso. Inaugurado em 14 de novembro de 2018, tornou-se a mais moderna e avançada fonte de luz síncrotron do mundo, com 68 mil metros quadrados e um investimento avaliado em R$ 1,8 bilhão. Embora sejam conhecidos pela capacidade tecnológica de pesquisas no mundo da Física, ao redor do mundo, aceleradores de partículas são usados, por exemplo, no tratamento do câncer como alternativa a radioterapia convencional. Com a exatidão em 4D permitida por esta máquina, pode-se estudar detalhadamente e a nível atômico todas as minuciosidades de um vírus e outros organismos vivos. Assim, fica mais fácil o desenvolvimento de remédios, tratamento e vacinas.


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