Lab Dicas Jornalismo Publicidade 728x90
17/07/2020 às 12h08min - Atualizada em 17/07/2020 às 10h00min

A história do início dos movimentos LGBTQIA+

Há alguns anos, a comunidade revolucionou o mundo com um protesto que ganhou força e o reconhecimento a partir de 1969

André Pontes - Revisado por Renata Rodrigues
Crédito: Mercedes Mehling / Divulgação: Unplash

Créditos: Jennifer Bonauer / Divulgação: Unsplash
 

A data de 28 de junho é conhecida por celebrar o dia do Orgulho LGBT+. Isso se deve por vários acontecimentos e lutas que ocorreram, e que ainda ocorrem, na comunidade. O movimento que hoje é conhecido pelo mundo todo e também comemorado ficou conhecida como ‘'Rebelião de Stonewall’’. Em 28 de junho de 1969, um grupo de gays, lésbicas, travestis e drag queens enfrentaram policiais, que realizavam fiscalização em bares de Nova York com uma abordagem agressiva e humilhante. Foram seis dias de protesto na cidade, que teve apoio de integrantes da comunidade queer e simpatizantes.

 

Mesmo com o passar dos anos, o movimento sempre visou os mesmos princípios: conquistar o respeito das pessoas, dar voz aqueles que precisam e, principalmente, garantir os direitos igualitários na lei como qualquer outra pessoa têm. Atualmente, acontecem várias passeatas em diversos países que celebram a diversidade e garantem que a comunidade seja ouvida e vista pela sociedade. 

 

 

Créditos: Mercedes Mehling / Divulgação: Unplash
 

O reconhecimento dos direitos LGBTs


O reconhecimento legal e judicial dos direitos da comunidade LGBTQ+, vem avançado no que diz respeito ao combate à discriminação. Em 2019, o movimento completou 50 anos de história, mas infelizmente esse marco ainda não é suficiente para abrir novos horizontes. Ainda existe um caminho grande a ser trilhado. 

 

Segundo o Grupo Gay Bahia (GGB), o Brasil registrou 141 mortes de janeiro a maio de 2019, sendo elas suicídio e homicídio. Entretanto, existe uma redução de 8% se comparado ao ano anterior, quando teve um número de 153 mortes  registradas.

 

Diante dessa realidade, ativistas que acompanham as causas e os movimentos, trabalham fortemente para que os direitos sejam mais que garantidos, sejam respeitados. Eles realçam ser importante que o governo melhore o seu olhar diante dessa questão. “Acredito ser importante elas terem passado no senado e na câmara, mas, o ódio está a solta nesse país, e maior ainda com a diversidade de gênero, mas tenho esperanças que modifiquem a violência”, afirmou Josefina de Fátima, ativista do movimento em Sorocaba. 

 

Além dos movimentos que são trabalhados para as conquistas desse espaço e direitos, a pesquisadora também acredita que existam outros pontos que devem ter esse mesmo peso. “Acredito na organização dos movimentos, mas, acredito mais ainda na cultura. Acredito muito no ativismo que vem das periferias, dos corpos trans, enfim… Esse lado que também é importante”, afirma. 

 

Pessoas como Leonardo Costa, 19, que se identifica como não binário e que acompanha os movimentos e as leis que aos poucos são conquistadas comenta: “Os movimentos estão conquistando  mais situações, acolhendo  pessoas que possuem uma mesma história parecida.  Cada  movimento  representa um  caminho diferente e um avanço da comunidade”. Segundo ele, os movimentos realizados, são para “chocar” a sociedade. “Precisamos comover as pessoas, fazerem  elas  amarem  os próximos, e é exatamente o que os movimentos irão realizar”.  

 

Também sobre os movimentos Gabriel Gandar, 24, que se idêntica como transexual revela, ''O foco deles são homens homossexuais cisgêneros, o resto da comunidade continua a ser marginalizado, acabam esquecendo a equidade do movimento”. Ainda como participante, ele afirma que sempre que pode acompanha palestras e muitas vezes é ouvinte. “Eu participo como ouvinte da associação trans de Sorocaba e sempre fico disponível para palestrar a respeito da saúde das pessoas LGBTQ+”. 

 

 Rodrigo Honorato, 24, enxerga os movimentos como um norte com um objetivo em comum, a luta por uma causa. “ No geral os movimentos LGBTQ+ acabam tendo esse objetivo em comum, como uma inclusão''.  Em relação aos movimentos, Rodrigo ainda afirma que consegue participar de alguns, “mas não todos, participo de um na realidade, mas ativamente que seria o Coletivo Caneca em Sorocaba”.
 

Créditos: Jasmin Sessler / Divulgação: Unsplash
 

Leis Aprovadas para a Comunidade

 

Com a força e a visibilidade dos movimentos a cada ano, alguns direitos vão sendo conquistados aos poucos como: 

 

  • Cirurgias de redesignação sexual: Aprovado em agosto de 2008;
  • Aprovação da Lei Maria da Penha para mulheres LGBTs: Aprovada em 2006 se estendendo para mulheres transexuais e travestis;
  • Adoção para casais homossexuais: Aprovada em 2010;
  • Casamento homoafetivo em cartórios: Aprovada em 2013;
  • Uso do nome social e reconhecimento da identidade de gênero: Aprovada em 2016;
  • Alteração de nome e gênero no registro civil nos cartórios: Aprovada em 2018;
  • Criminalização da Homofobia: Aprovada em 2019 - Lei equipada ao racismo;
  • Doação de sangue por homossexuais: Aprovada em 2020;

 

Perante às leis aprovadas, cada pessoa envolvida se sente de alguma maneira contemplada como afirma Gabriel “minha maior alegria foi o STF aprovar que as pessoas trans pudessem mudar de nome direto no cartório’’. Os direitos trazem a realização de que alguma forma os movimentos estão tendo algum efeito. 

 

Segundo a advogada e professora de direito Juliana Saraiva, a aprovação do casamento foi a que abriu esse espaço para uma transformação. "A primeira grande conquista foi a possibilidade do casamento que foi sem dúvida nenhuma a que abriu esse espaço’’. Ela ainda conta que acredita ‘'no movimento e na força que ele possui, o fato de existir as leis hoje em dia é uma forma de mostrar para a sociedade um respeito maior e uma conscientização''.

 

Questionada sobre quais caminhos podem se obter resultados para um melhor respeito e entendimento do assunto, ela explica: ‘’acredito que ainda que o melhor caminho é a conscientização das pessoas, das famílias e das crianças nas escolas, onde tudo começa’’, finaliza.

 

 

 

Referências 

 

https://grupogaydabahia.com.br/relatorios-anuais-de-morte-de-lgbti/

 

https://cidadaniaejustica.to.gov.br/noticia/2020/6/25/orgulho-lgbtqi-conheca-avancos-e-direitos-conquistados-nos-ultimos-50-anos-de-luta/


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »