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17/07/2020 às 17h43min - Atualizada em 03/08/2020 às 18h00min

Mais ação e menos blá blá blá

Episódios envolvendo uma cobra e uma ema nas últimas semanas comprovam que os bichos podem ser bem mais inteligentes do que nós imaginamos

Junio Silva - Editado por Bruna Araújo
Pra quem já tem aquela afinidade, não é nem novidade.

Mas os que não possuem uma ligação muito forte com os animais, na última semana puderam entender o que seus amantes já vêm alertando há algum tempo. Os bichos, muitas vezes, são bem mais inteligentes que seres humanos.

Dois episódios.

Começou com uma naja picando seu tutor, que por pouco não bate as botas. Sobreviveu graças ao Instituto Butantan, que cedeu as poucas doses que tinha em estoque do soro que serve como antídoto para o veneno da serpente.

Depois, foi a vez de uma ema atacar o presidente do país, lá no Palácio da Alvorada, enquanto ele tentava alimentar o animal.

Mesmo sem uma ligação direta entre os dois casos em que os animais ganharam espaço nas manchetes do país, ambos serviram pra confirmar a tese de que, muitas vezes, os bichos são bem mais inteligentes e espertos que seres humanos.

Talvez o ministro que senta a bunda na cadeira do Ministério do Meio Ambiente não fez nem metade do que aquela naja fez, mesmo que de forma inconsciente.

Com uma picada que quase matou o jovem que se dizia “dono” dela, que acabou levando ele pra uma UTI, a naja acabou chamando atenção para um cenário ainda encoberto no Distrito Federal.

Além de não possuir nenhum tipo de permissão para criar o animal, que costuma ser encontrado na África e Ásia, de não conseguir explicar de onde tinha arrumado uma daquelas, o estudante ainda tinha diversas outras espécies, tão raras quanto aquela naja kaouthia, guardadas.

Aí começou a se ventilar que poderia existir algum esquema de tráfico de animais, cada vez mais culpado depois de que, através de denúncias e buscas, os homens da lei encontraram até tubarões sendo criados em uma região administrativa de Brasília.

Tudo isso motivado por uma simples picada.

Já a ema bicando o presidente durante a tentativa de aproximação acabou rendendo várias fotos engraçadas, mas também parece ser um aviso, sem palavras, teorias ou ações. É como se quisessem dizer, “saí pra lá cara, por que você tá tentando encostar na minha boca em pleno ano da pandemia?”, ou quem sabe, “você foi diagnosticado positivo e não tá em isolamento por que meu chapa?”.

Uns falam muito em mérito. E se for seguir essa lógica, deveriam abrir agora uma edição extra do Diário Oficial exonerando os atuais ocupantes do cargo e nomeando a naja para o Ministério do Meio Ambiente, e a ema para a pasta de saúde.

Um com umas idéias meio duvidosas sobre suas intenções, o outro caído de paraquedas no cargo, apesar de ter feito carreira no exército e não na aeronáutica. Com menos blá blá blá e mais ação, os bichos acabaram fazendo mais pela preservação do meio ambiente e de vidas do que alguns lá pelos lados da Esplanada dos Ministérios.
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