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18/07/2020 às 10h34min - Atualizada em 18/07/2020 às 10h27min

Antes de ser tendência, transição capilar é identidade

Com a pandemia, muitas mulheres foram motivadas a assumir o cabelo natural

Larissa Varjão - Editado por Larissa Barros
Reprodução / Instagram / Transição na Real
O aumento da busca pela aceitação e identidade tem motivado as mulheres a deixar qualquer tipo de química para trás e mostrar seus cabelos naturais. Com isso, a transição capilar vem ganhando espaço no mundo feminino. 

Segundo a idealizadora do Salão Afro & Cia Ponto Chic, localizado em Riacho fundo 1, em Brasília, Adriana Ribeiro, a procura pelo procedimento aumentou durante o período de isolamento social por conta da pandemia causada pelo novo coronavírus (covid-19). 

 

 “O aumento veio em media 40 % em nosso público, e com a pandemias à procura ao meu salão aumento ainda mais, porquê nesse momento elas tiveram oportunidade de ficarem sem escovas ou chapinhas e tiveram a oportunidade de se encontrarem e florescerem”, afirma  Adriana.

A cabeleireira revela que muitas vezes as mulheres buscam inspirações para ter coragem e realizar a transição capilar. ”Elas se inspiram sempre em alguém, uma influencer ou uma amiga , um parente ou uma vizinha. Elas influenciam e encorajam”, disse.

De acordo com Adriana, a opinião dos outros muitas vezes interfere mais do que a própria vontade de fazer a transição, o que Adriana chama de “florescer”. Além disso, outro fator é o medo de não se sentir bonita com o cabelo curto, crespo ou cacheado. 

Em entrevista ao Dicas de Jornalismo, a influenciadora e dona do perfil no Instagram Transição na Real, a mineira Talita Lara, 24 anos, afirmou que durante o processo de transição existem duas partes mais complicadas para as mulheres. 

“A parte mais difícil é quando você não consegue mais disfarçar que seu cabelo tem duas texturas e depois do Big Chop que ficou bem curtinho”, explicou Lara. 

O big chop é uma das formas de iniciar a transição capilar. Trata-se de um corte que retira de única vez partes do cabelo que foram alisadas com o uso de produtos químicos. A mineira não utiliza química no cabelo desde abril de 2018.
 
Para Lara, o aumento da busca pelo cabelo natural não é uma tendência que está na moda, mas uma questão de identidade. “Outras mulheres verem que alguém conseguiu motiva elas também a conseguirem. Me sinto mais segura, não importo mais com a opinião das pessoas”, relata a influenciadora.

A transição capilar não se trata apenas de uma mudança no visual e estilo, mas também na autoestima. O procedimento além de permitir que as mulheres assumam o cabelo natural, ajuda muitas outras a encontrarem a própria identidade a partir da aceitação. 


 
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