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18/07/2020 às 14h37min - Atualizada em 18/07/2020 às 14h31min

‘Contas precisavam ser pagas’, relata empreendedora ao aderir entrega de roupas por delivery

Bárbara Evelyn - Editado por Larissa Barros
Arquivo pessoal / Bianca Alves
Em meio a pandemia causada pelo novo coronavírus (covid-19) e em meio ao cumprimento dos decretos governamentais impostos em todo o Brasil, o comércio varejista tem enfrentado um momento bastante crítico. 

O setor de moda e vestuário é um dos que mais movimentam a economia brasileira. No entanto, com o comércio fechado, lojas super estocadas e baixo índice de produção por tempo indeterminado, empresários estão investindo imensuravelmente em vendas online.

Ao vivenciar diariamente esta nova realidade, a empresária Bianca Alves Vieira, no ramo de vendas há quase 10 anos na cidade de Araxá, interior de Minas Gerais, foi obrigada a se adaptar.

Segundo dados da Câmara de Dirigentes Lojistas(CDL) da capital mineira, as vendas no varejo caíram 14% em abril deste ano, deixando desempregadas 8 a cada 10 pessoas que trabalhavam nessa área. Somente no estado de Minas, o comércio juntamente com outros serviços afins, representa 90% da economia.

Apaixonada por vendas desde cedo, Bianca e sua mãe, Dayse Lúcia Alves, já passaram por outras crises econômicas desde a abertura da loja, o que as impulsionou para o pioneirismo digital na cidade, já que o uso do celular é comum no cotidiano de todas as suas clientes.  

De acordo com a empresária, por a loja física está situada em um ponto com um baixo fluxo de pessoas, ela se viu completamente dependente da divulgação estratégica no “online”. Com o distanciamento social, situação pela qual ela nunca havia passado e imaginado, as clientes estão cada vez mais conectadas e propícias a uma nova compra, sinônimo de nova oportunidade para ela.

O fechamento da loja devido ao aumento de casos de covid-19, ocorreu durante a época da tradicional festa agropecuária de Araxá, e por conta disso, a loja estava com o estoque cheio de novas mercadorias. A solução encontrada após um mês sem funcionamento, foi planejar promoções com diferentes produtos a cada semana, conforme procura. Dessa forma, foi possível atingir novas clientes com a entrega própria e gratuita. 

"Eu mesma realizava as entregas já que não sabia quando ocorreria uma nova compra de produtos para venda e as contas precisavam ser pagas! Com as pessoas em casa, os exercícios físicos, por exemplo, aumentaram, na finalidade de ocupar mente e o tempo delas e as vendas de peças fitness, teve um considerável aumento também”, afirma a empreendedora.

Bianca explica que as entregas são realizadas em dois horários pré-agendados durante o dia. "A cliente pede o produto, recebe fotos e escolhe as peças que são levadas sem nenhuma taxa cobrada. Para quem não experimentou a peça na hora da escolha, pode solicitar a troca online também”. 

Uma outra saída usada pela empresária foi escolher uma funcionária exclusiva para responder às solicitações online e usar a criatividade para a criação de publicações nas redes sociais. Além de listas de transmissões e as demais formas de divulgação e atendimento, como a propaganda conhecida como “boca a boca”. 

"A gente estava sempre tentando pensar em alguma coisa para postar. Porque a gente não podia parar as redes sociais. Quem não é visto não é lembrado. Então a gente tentou se movimentar para a loja não ser esquecida, não diminuir visualização. Estar sempre em alta mesmo", explicou a empresária. 

Apesar do período pós-fechamento do comércio, Bianca revela que as vendas foram excelentes e por conta do trabalho feito durante esse período, recebeu um  feedback bastante positivo. “Se a gente já tinha um trabalho forte nas redes sociais, agora ele está fortíssimo porque alcança ainda mais pessoas no momento”, completou.

Em meio a pandemia, as adaptações levam a um diferencial. Dessa forma, comerciantes conseguem manter as vendas e atrair novos clientes, mesmo durante o isolamento social. 


 

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