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20/07/2020 às 18h38min - Atualizada em 20/07/2020 às 18h20min

Cinemas drive-in ganham destaque e visibilidade durante a quarentena

A adaptação dos cinemas ao estilo drive-in está sendo válida para os amantes de cinema em tempos de distanciamento social

Jéssica Natacha - Revisado por Renata Rodrigues
Assessoria de Imprensa - Arena Estaiada
(Foto: Reprodução/ Tribuna de Jundiaí)

O estilo drive-in teve auge em meados da década de 50 e 60 nos Estados Unidos, e veio para o Brasil no final dos anos 60. O primeiro deles foi Cine Drive-in instalado em Brasília no ano de 1973 e funciona até hoje. A modalidade era algo comum e dava certa liberdade ao público da época, já que eles podiam ficar no conforto do carro, fumar e não ser incomodados com pessoas conversando ou distrações. Assistir filmes ao ar livre em estacionamentos, era o programa principal dos jovens, o custo era acessível e barato.

Em tempos de distanciamento social, devido à pandemia da covid-19, os espaços culturais buscam novos meios de interatividade com o público e novas alternativas para divertimento dos amantes de arte, cultura e cinema. Uma das alternativas encontradas pelos produtores culturais de reaproximar os telespectadores nesse momento, foi adaptar a transmissão cinematográfica ao sistema drive-in, que além de unir, entrete o público. Apesar de cada um ficar no seu carro, a sensação de fazer parte daquele momento junto, é gratificante! Faz esquecer o caos que estamos vivendo.

Na capital paulista, alguns dos cinemas que estão em destaque são: Belas Artes Drive-in, localizado no Memorial da América Latina, o Arena Estaiada Drive-IN e o Cine Drive-in Centerplex CTNA compra dos ingressos é feita pelo site de cada instituição e os pedidos da bombonier também seguem a mesma regra, mas caso algum convidado opte por comprar na hora, existe a opção de pedir pelo celular e os atendendes levam até o carro. É permitido cerca de 100 carros por sessão nos locais de exibição.

As filas para o uso do banheiro são monitoradas por uma fila online para evitar aglomeração. Todos os banheiros são higienizados a cada uso. No Belas Artes, tem que ligar o pisca alerta e quando chegar a vez, alguém da equipe busca a pessoa no carro e a acompanha. Já no Arena, a própria pessoa monitora pelo celular até que chegue sua vez.

Segundo Manoel Júnior, assistente da assessoria de comunicação do Arena Estaiada, a empresa segue as recomendações e normas de segurança impostas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), priorizando a distância mínima exigida, monitorando a temperatura dos convidados ao chegarem no local do evento e também da equipe técnica contratada, que é operada com número reduzido de pessoas. Júnior diz ainda que estão seguindo todas as regras e utilizando equipamentos necessários como luvas, máscaras e protetores faciais, além de estarem evitando o contato físico com o público para proteção e segurança de todos.
 

(Foto: Reprodução/ Whatelse)

Julia Sabbaga, jornalista e cinéfila, relata que o cinema estava fazendo muita falta em sua vida e quando surgiu a novidade do drive-in não pensou duas vezes e comprou os ingressos para assistir. "É uma coisa simplesmente necessária nesse momento, é o único jeito que a gente consegue imaginar vendo um filme na tela grande. E sim, é uma boa alternativa na real, basicamente porque é a única alternativa", diz.

Julia ainda acrescenta que apesar dos estabelecimentos voltarem a ativa, como os bares e restaurantes, não existe uma certeza em relação aos espaços culturais (cinema, museus, shows, teatros e etc) e tudo isso faz falta. E esta alternativa do cinema drive-in é válida para o momento e sempre que tiver oportunidade ela vai. As coisas ainda estão incertas em relação ao entretenimento – apesar de alguns eventos migrarem para o online, o ao vivo sempre é bem-vindo e, mesmo que haja o distanciamento social, as pessoas estão juntas de alguma forma apreciando o momento e fazendo o que gosta. 

Embora seja uma boa opção de entretenimento, para aqueles que não tem carro e estão loucos para participar desta experiência é mais difícil. Uma ideia sugerida pela Julia, e que poderia ser estudada por empresas e organizadores de eventos, é pensar em algum projeto ao ar livre com um público controlado, mas somente quando estiver com baixa taxa de contágio. Por enquanto o carro é a solução temporária e segura que o público têm para sair um pouco do confinamento e apreciar essa experiência, que está tendo um retorno bacana para ambos: telespectadores e produtores culturais. 

A programação é feita para o público em geral, sendo transmitido desde clássicos do cinema até filmes mais atuais com sucessos de bilheteria, além de filmes para os pequenos, buscando uma variedade de gêneros que agrade a todos os públicos. A maioria com classificação indicativa livre. O resultado está sendo positivo. Segundo Manoel a procura está crescente e os ingressos esgotam rápido. A ideia de continuar após a pandemia é uma opção que está sendo analisada por eles. Tudo dependerá da demanda e de como o público irá se comportar ao entretenimento nos próximos meses. 


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