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21/07/2020 às 16h04min - Atualizada em 21/07/2020 às 15h56min

Universidade Federal de Minas Gerais fará dois semestres em apenas oito meses

Universidade planeja volta às aulas afim de minimizar prejuízo

Matheus Victor da Costa Valadares - Revisado por Barbara Honorato
UFMG Campus Pampulha - Fonte: Eber Faioli
Os desafios que a sociedade mundial tem enfrentado com o novo corona vírus, são dos mais diversos, o Brasil não foge à regra, enfrentamos atualmente uma crise não só na saúde como na educação também, recentemente o Ministério da educação sofreu algumas mudanças no comando da pasta, o que somando com o atual momento, em que enfrentamos uma pandemia,  aumenta a insegurança de instituições de ensino, corpo docente e estudantes.

Atualmente a rede pública de ensino superior conta 110 instituições, incluindo Universidades Federais, Institutos Federais, Cefet’s e o Colégio Pedro II.  Totalizando em 2,07 milhões de pessoas que integram o corpo docente, juntando com os técnicos, alunos e outros funcionários das instituições, temos segundo o MEC (Ministério da Educação), 1,72 milhões de pessoas com atividade suspensa nesse atual momento, o que indica que 73,12% do total de pessoas que frequentam as universidades federais, estão com as atividades paralisadas.

Mas esse cenário mudará em breve, as instituições públicas já se preparam para voltar às aulas de forma remota, de forma a evitar que os discentes percam mais um semestre. A Universidade federal de Ouro preto (UFOP), é umas das instituições que iram continuar o ano letivo de forma remota, as aulas estão marcadas para voltarem no mês de agosto.

A UFOP afirma que os desafios nesse momento são dos mais diversos e que está tomando medidas para isso. “No momento os principais esafios são avaliar adequadamente o que pode ser realizado de forma remota; dotar professores e estudantes das ferramentas necessárias. Futuramente, garantir as condições sanitárias desejáveis para se evitar a circulação do vírus”. Porém a universidade afirmou que não há previsão para a volta das aulas nos campus.

A universidade mineira também realizou pesquisas, para tentar entender as principais dificuldades de seus alunos, 8.932 dos 11.252 estudantes responderam ao questionário, onde aproximadamente 20% dos alunos disseram ter comorbidades e serem do grupo de risco, caso fossem infectados pelo novo coronavírus, sobre o ambiente com condições necessárias e adequadas para que o estudante participe de aulas on-line do curso no período da pandemia, 85,9% afirmaram que tem as condições necessárias  e 14,1% responderam que não tem.

Não foi só a UFOP que realizou pesquisas internas, A Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), planeja seguir os mesmo passos, a Pró-reitora de Graduação, Orlanda Miranda dos Santos, diz . " A universidade está realizando um levantamento de alunos que precisam de computadores e Internet para terem acesso às aulas. Sobre a acessibilidade, os estudantes em vulnerabilidade socioeconômica, cadastrados na PROACE (Pró-reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis), terão prioridade no acesso a esses recursos. Ainda está sendo avaliada a melhor proposta para empréstimo de computadores e oferta de Internet".

Para Orlanda, os desafios que o corpo discente e docente irá enfrentar são vários, entre eles ela destaca a resistência ao uso das tecnologias e plataformas digitais. "O acesso à Internet de qualidade (considerando a localização geográfica de alguns campi) e rede de computadores, o desenvolvimento por parte do aluno de uma nova forma de estudo baseado no tripé ‘compromisso, autonomia e disciplina’, o desenvolvimento da capacidade de todos nós à adaptação e inovação não somente em relação à adoção de novas tecnologias, mas no sentido de nos reinventarmos em momento de isolamento social", observa.

A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), uma das principais do estado mineiro, também se organiza para voltar as aulas, foi aprovado um calendário especial para esse ano letivo, onde a universidade se dispõe realizar os dois semestres em menos de um ano, as aulas se iniciam em três de agosto e vai até sete de novembro, os alunos e professores teriam três semanas de férias e voltariam a ter as aulas dias trinta de novembro a três de março, podendo assim, fechar o ano letivo de 2020 sem prejudicar de forma demasiada os alunos e sem afetar o calendário de 2021.

A Universidade Federal do Espirito Santo (UFES), é outra que pretende adotar medidas semelhantes da UFMG, foi realizado uma proposta é que o ensino remoto emergencial tenha inicio no dia um de setembro e acabe 19 de dezembro.

A estudante Francielle Souza (21), que cursa enfermagem pela UFES no campus de São Mateus, olha com desconfiança para esse formato virtual. "Não estou preparada e sinto que não vou aprender da mesma maneira que nas aulas presenciais, por isso minhas expectativas são todas negativas”, alega. Ela também acredita que suas principais dificuldades serão a instabilidade da internet, concentração e falta de acesso a livros na biblioteca.

Por outro lado, Jonas Ribeiro de 25 anos, acredita que essa é a melhor opção para o momento. "Melhor estudar assim e não perder mais período, do que ficar sem aulas. Sei que as aulas não serão com a mesma qualidade, que vamos enfrentar dificuldade na adaptação, mas mesmo assim, acredito que seja a melhor decisão para o momento”, completa.

O discurso de Jonas se equipara ao de Orlanda, como a própria expressão já diz, o tempo perdido não se recupera, mas, segundo ela há formas de amenizar a perda. "É o que estamos fazendo, tentando avançar com atividades acadêmicas de forma não presencial e a proposta de continuidade de ofertas extemporâneas, mesmo com o retorno presencial”, relata.
 
SiSU
O SiSU (Sistema de Seleção Unificada), é um programa do Ministério da Educação (MEC), que oferece a oportunidade à milhares de brasileiros de ingressar em instituições públicas sem precisar prestar vestibular, apenas usando as notas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Das 110 instituições públicas de ensino superior, apenas 57 abriram vagas para o processo seletivo, praticamente a metade. O  estado de Minas Gerais que detém o maior número de universidades federais (11), teve oito abrindo vagas para o SiSU, números esses que são maiores que os ofertados por toda Região Norte(6), Centro-Oeste(4), e se iguala com a Região Sul que também teve oito universidades federais abrindo vagas para o Sistema de seleção, no total a região de Minas Gerais, Sudeste, tem 19 instituições, ficando atrás apenas da Região Nordeste com 20.

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