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23/07/2020 às 23h56min - Atualizada em 23/07/2020 às 23h53min

Tim, Claro e Vivo são rejeitadas na oferta de compra da Oi

A empresa Highline apresentou uma proposta melhor que as três operadoras

Kinderlly Brandão - Edição: Manoel Paulo
Reprodução/Oi

As operadoras Tim, Vivo e Claro se juntaram e formalizaram uma oferta de compra da Oi na semana passada. No entanto, a empresa de infraestrutura de telecomunicações Highline apresentou uma proposta acima do preço mínimo de R$ 15 bilhões e fechou acordo exclusivo com a Oi, que está em recuperação judicial.

 

A operadora divulgou na última quarta-feira (22) que a Highline tem exclusividade para começar a negociar os documentos da oferta, mas não informou o valor ofertado. O acordo de exclusividade termina no dia 3 de agosto, mas pode ser prorrogado caso ambas as partes queiram. Com o acordo, a Highline tem o direito de cobrir eventuais propostas de outros competidores.

 

Concentração de mercado

 

A intenção das três operadoras de telefonia era dividir a base de clientes da Oi entre si, reduzindo o número de grandes operadoras no Brasil de quatro para três. As operações da Oi representavam 16,3% do mercado de telefonia móvel em maio, equivalentes a 36,69 milhões de clientes.

 

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão em defesa da concorrência, alertou que uma possível redução no número de operadoras seria preocupante. Isso porque a venda geraria uma grande concentração de mercado na mão de três empresas, diminuindo a concorrência no setor de telefonia no Brasil, facilitando a criação de um cartel.

 

Caso a venda para a Highline seja concretizada, a Oi não será fatiada e o país vai continuar com quatro operadoras principais.

 

Recuperação Judicial

 

A Oi passa por um processo de recuperação judicial desde 2016, quando chegou a ter dívidas de cerca de R$ 64 bilhões, devido a problemas de gestão. Outro fator que colaborou com essa situação foi a queda no número de assinantes da telefonia fixa da operadora, que já chegou a dominar esse mercado. A operadora também acumulou dívidas com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), decorrente de multas.

 

Com isso, ações de recuperação judicial auxiliam para evitar a falência de uma empresa, assim como a companhia aérea Latam está fazendo atualmente para reestruturar seu setor financeiro.

 

De acordo com a Anatel, a Oi vem obtendo bons resultados nos processos de recuperação e não corre mais risco de liquidez de curto prazo (falência). Uma provável venda da operadora deve encerrar o processo de recuperação.


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