24/07/2020 às 12h35min - Atualizada em 24/07/2020 às 12h28min

Itália desenvolve projeto para proteger banhistas do coronavírus

No Brasil, ainda não há alternativas para evitar contaminação em praias

Helena Gomes - Alexandra Machado

Foto: Nuova Neon Group

A empresa italiana Nuova Neon Group lançou um projeto que permite aos banhistas frequentarem as praias com segurança e evitarem se contaminar com a Covid-19. Ao contrário do Brasil, o país europeu, que foi um dos mais atingidos do continente pelo vírus, pensou em uma alternativa para o retorno do lazer e do turismo, que estiveram paralisados durante semanas devido à pandemia.

A ideia do projeto é criar módulos quadrados com divisórias feitas de material acrílico transparente fixadas na areia. As placas medem 4,5 metros de largura, 1,5 metro de comprimento e 2 metros de altura e o espaço é suficiente para um guarda-sol e duas espreguiçadeiras.

Segundo Claudio Ferrari, presidente da Nuova Neon Group, o material não é prejudicial, já que protege dos raios UV, e não é danificado pela areia ao longo do tempo.

Mesmo assim, a proposta levantou polêmicas. Fabrizio Licordari, presidente da Assobalneari - associação de empresários de turismo -, questionou ao jornal Corriere della Sera: “Quem se iria fechar dentro de uma caixa de plástico com 35 graus lá fora? A praia é a liberdade”.

A carioca Teresa Cristina Costa, que curte o contato com a natureza que a praia oferece, disse que não voltaria a frequentar antes da vacina do coronavírus, mesmo que fosse disponibilizado o projeto da Nuova Neon Group no Rio de Janeiro.

“Quero sentir o vento, o cheiro do mar, e com esse emparedamento eu não teria essa sensação” - ela contou - “mas se tivessem marcações, com corda, por exemplo, e o espaço ficasse totalmente aberto, eu iria.” Teresa Cristina ainda disse que cada um deveria ter consciência do espaçamento para não formar aglomerações e impedir o contágio.

De acordo com dados do boletim da Guarda Municipal, 135 pessoas foram multadas por não usar máscara de proteção nas praias do Rio de Janeiro nos dias 11 e 12 de julho. Além disso, no dia 16 de julho, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, autorizou a prática de esportes coletivos nas praias.

Embora o uso da areia para lazer e descanso de banhistas esteja proibido, o litoral segue com muita concentração de pessoas. No entanto, Crivella não informou se está providenciando alternativas para que essas voltem a frequentar as praias sem risco de contaminação com o coronavírus.

O uso da máscara nas praias é obrigatório e guardas municipais e policiais militares retiram banhistas para multar quem insiste em permanecer no local. A multa é no valor de R$ 107 e pode chegar a R$ 1.045 em caso de reincidência.