A Polícia Militar do Rio de Janeiro irá implementar o Sistema de Ocorrências Virtuais (SOVI). O aplicativo vai abranger todo o Estado a partir da primeira quinzena do próximo mês. Segundo informações da Assessoria da Polícia Militar, o SOVI tem como objetivo agilizar o registro de ocorrências de crimes de menor potencial ofensivo, que representam em média 85% dos casos.
Com a implementação do aplicativo, os policiais poderão se preocupar com as responsabilidades mais graves, e cumprir sua missão principal, que é o patrulhamento das ruas, ressalta o secretário de Polícia Militar, comandante-geral Rogério Figueredo de Lacerda. “A presença dos policiais militares na delegacia só acontecerão em situações de crimes mais graves, como homicídios, por exemplo”, acrescenta.
O Coronel ainda ressalta. “Teremos condições de permitir, por exemplo, que um policial na Linha Amarela receba a informação de um carro roubado e consiga, pela placa, saber em que direção o veículo seguiu", esclarece.Atenção prejudicada
Apesar de otimizar o tempo e evitar a movimentação na delegacia, a nova tarefa pode prejudicar a atenção policial nas ruas. Afinal, precisará estar conectado às tecnologias, e o dever de atender o público pode ser desviado. O profissional de Segurança Pública Carlos da Conceição, afirma que a implementação de tecnologia ao policial militar, pode contribuir para retirar a atenção do serviço ao povo. “A atividade policial militar é ostensiva, faz com que esteja identificado, fardado em via pública para que todos possam observar, inclusive aquele que está nas ruas para delinquir”, pontua.
Para Conceição, quando o policial desvia a atenção ao celular com frequência, é possível perder o foco na atividade-fim. “O sistema deve ser melhorado, para que contribua para o profissional que atua nas ruas. A máquina pública está inchada. Precisa de mais contratações. Até porque a Segurança Pública não se faz com smartphones, mas com efetivo qualificado e boas estratégias”, opina.
Integração do Disque-Denúncia e 190
O aplicativo também irá integrar os dados do serviço do 190 e do Disque-Denúncia que será unificado a consulta. A aplicação do SOVI permitirá que a missão seja facilitada no processo de decisão do batalhão, além de otimizar os recursos e alcançar o melhor resultado na operação. "Há uma riqueza enorme de dados nas ligações do 190. Os moradores são essenciais dentro do processo", explica o coronel Rogério Fiqueredo.
"O serviço funciona graças a um aplicativo no celular pessoal dos agentes da atividade-fim, que estão nas ruas, com recursos de voz, texto, inserção de imagens e geolocalização. No fim, os envolvidos recebem uma cópia da ocorrência por e-mail, assim como a polícia Civil e Militar que terão os registros compartilhados", finaliza.
Editora-chefe: Lavínia Carvalho.