24/07/2020 às 19h15min - Atualizada em 26/07/2020 às 09h15min
Superlotação nos ônibus que circulam em Volta Redonda-RJ assusta passageiros, motoristas e cobradores
Funcionários das empresas de ônibus e passageiros alegam medo ao utilizar o transporte público em tempos de pandemia
Lucas Mathias - Editado por Caroline Gonçalves
Divulgação: Gazeta do Povo Após a reabertura do comércio em Volta Redonda-RJ no último dia 12 de julho, os ônibus que circulam na cidade, passaram a ficar lotados novamente devido ao aumento do número de pessoas que voltaram a trabalhar, além daquelas que já circulavam na cidade e usufruiam do transporte público.
Conhecida como a cidade mais desenvolvida do sul-fluminense, Volta Redonda oferece milhares de empregos aos cidadãos de toda a região, e com a reabertura das atividades comerciais, muitas pessoas voltaram à rotina de pegar o transporte coletivo em horários de grande movimento, tanto pela manhã, como pelo final da tarde. Entretanto, devido à pandemia do novo coronavírus, a população volta-redondense está com medo de se contaminar com a doença dentro dos ônibus, pois os mesmos continuam lotados, contrariando as medidas estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para frear o avanço do vírus.
Em entrevista ao LAB Dicas de Jornalismo, um cobrador que preferiu não se identificar, disse que está preocupado com o grande número de passageiros que frequentam os ônibus em horários de pico, pois com a superlotação o risco de contágio aumenta significativamente
“Só agora que eles (a empresa) estão disponibilizando EPIs para os funcionários e normalmente nem nas dependências da empresa tem álcool para o nosso uso.", disse o cobrador.
Questionado sobre o distanciamento entre as pessoas no interior dos coletivos, ele disse que ficam todos aglomerados, próximos até de motoristas e cobradores.
“Nessa época de pandemia, a empresa deveria disponibilizar mais ônibus nos horários de pico para não haver aglomeração, acrescentar pelo menos uns dois carros em cada linha.”, finalizou o cobrador.
O estudante de jornalismo e aprendiz de uma empresa em Volta Redonda, Hericson Furtado, utiliza o transporte público nos dias úteis em horários de “pico” e o considera arriscado, pois acredita que é um dos locais de maior transmissão do vírus. Hericson diz que precisa utilizar o transporte para trabalhar, mas segue todas as medidas de profilaxia, tanto no ônibus, como após chegar em sua casa.
“Geralmente, na minha mochila tem álcool em gel e o utilizo todas as vezes que entro e saio do ônibus. Quando chego em casa, lavo toda roupa que utilizei, além de desinfetar os objetos que teve contato no coletivo. E claro, utilizo máscara durante todo o trajeto.”, disse o estudante.
Segundo ele, as empresas estão disponibilizando álcool em gel na entrada e saída dos veículos, bem como a obrigatoriedade do uso de máscara durante todo o trajeto. Entretanto, a superlotação é o grande problema devido à diminuição do número de linhas que circulam na cidade.
“Fico com receio devido de utilizar o transporte público devido à superlotação. O distanciamento de um metro e meio não existe por conta da falta de acessibilidade ao transporte. Faltam ônibus e todo mundo quer chegar em casa rápido.”, finalizou o estudante.
Em suas redes sociais, a Prefeitura Municipal de Volta Redonda disse que segue fiscalizando os transportes públicos para evitar a superlotação, além de exigir a disponibilização de álcool em gel e da obrigatoriedade do uso de máscaras no interior dos ônibus. Ademais, a prefeitura também ressaltou que está sendo feita a higienização dos pontos de ônibus da cidade.
“Estamos realizando fiscalizações periódicas do transporte público para verificar o cumprimento das normas sanitárias de prevenção à Covid-19, como sanitização dos veículos; o uso da máscara e distanciamento; além de observar a manutenção e segurança dos veículos. A cada semana, pelo menos, quatro pontos de ônibus em bairros diferentes da cidade recebem a ação.”
Foto/Divulgação: Prefeitura Municipal de Volta Redonda
Referências: