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26/07/2020 às 14h08min - Atualizada em 26/07/2020 às 13h49min

A representatividade da mulher negra na moda brasileira

Modelos pretas comentam sobre a representatividade nos dias atuais

Larissa Varjão - Editado por Larissa Barros
Reprodução/ Instagram
O aumento na busca pela representatividade na moda é tão importante para quem a representa tanto para quem a consome e busca de certa forma uma identificação. Atualmente, as marcas estão em busca de modelos diferentes em seu catálogo para representar todos os tipos de mulheres.

Em entrevista ao Dicas de Jornalismo, a modelo fotográfica Bianca Dantas, 19 anos, afirma que atualmente a mulher negra é mais representadas pelo mercado da moda brasileira.

“No meu ponto de vista devido a tudo o que vem acontecendo com todos os movimentos, as marcas passaram a contratar modelos negras (espero que continue assim). De um tempo pra cá eu vi no mínimo sete marcas que nunca trabalharam com modelos negras em muitos anos, mas que agora fazem questão de ter uma modelo negra no feed”, disse Bianca.


No entanto, a modelo revela sentir que a cor de sua pele ainda é um problema para algumas marcas e, deseja ver mais meninas e meninos negros trabalhando com ela. “Eu já me senti mal em algum lugar por ser a única negra e sentir que estava ali porque eles precisavam de uma modelo negra para não serem cancelados na internet, essa é a maior dificuldade pra mim, a minoria”, afirmou.

Para a baiana Carine Guimarães de 32 anos, também modelo fotográfica, ainda falta muito para as mulheres negras serem representadas pelo mundo da moda.

”Trabalho a seis anos e a maior dificuldade são as marcas mesmo. Elas ainda insistem nas 'Barbies, nas mulheres de manequim 36 e olhos claros' deixando de lado as mulher reais as que de fato são maioria no mundo”, relatou Carine.


Carine também tem vitiligo [doença caracterizada pela perda da coloração da pele], e contou também que sua motivação para seguir a carreira é saber que, com isso, está incentivando pessoas que também possuem vitiligo a se mostrar, a aparecer, a viver melhor como elas são. “Nunca pensei em desistir. Acho que temos que lutar por igualdade até o fim”.

Já para a modelo mineira, Luana Reis, 36 anos, ser mãe, negra e plus size é um desafio constante. Ela atua em muitos projetos com objetivos importantes como combater a gordofobia e enaltecer a beleza negra, além de ser Miss Plus Size Nova Lima 2020.

“Ser mulher, ser mãe, ser negra e ser plus size nessa sociedade preconceituosa é um desafio constante! Graças á Deus podemos perceber o fato das mulheres estarem mais empoderadas e ousadas, por saberem o seu valor e sua capacidade de crescer e florescer, e por cada vez mais colocar em prática o significado de Ubuntu (uma pessoa é uma pessoa por meio de outras pessoas). O recado está sendo dado diariamente, e assim será", afirma.

Luana diz que se sente representada por várias modelos e artistas plus sizes e essa representatividade tem crescido a cada dia.
“Quero deixar um recado á todas as pessoas que irão acompanhar essa matéria 'Questionar os padrões da sociedade é um ato de coragem. Acreditem no seu poder, sejam firmes e mostrem para o mundo que quem manda em suas vidas são somente vocês!'".

De fato é muito importante que a representatividade não só da moda mas em todas as áreas cresça cada vez mais. Muito mais do que posar para uma foto é poder mostrar e encorajar as pessoas o quão longe podem ir.

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