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30/07/2020 às 19h14min - Atualizada em 30/07/2020 às 19h07min

Ataques gordofóbicos na internet e seus impactos - Precisamos conversar sobre isso

Ataques gordofóbicos na internet são realizados principalmente por perfis falsos, mas estão enquadrados por lei no Código Penal, podendo ser denunciados através de delegacias ou no portal do MPF.

Yvine Lorena Macedo Rodrigues - Editor: Ronerson Pinheiro
Foto/Reprodução: Mariana Godoy/Arquivo Pessoal
Todos os dias centenas de milhares de pessoas com excesso de peso são alvos de piadas, preconceitos e julgamentos do tipo: você está muito gorda(o) e precisa emagrecer. A gordofobia está associada ao preconceito contra pessoas acima do peso, e segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), para combater esses ataques, é necessário lutar contar a desinformação.

É importante lembrar que insultos gordofóbicos enquadram-se no cyberbullying que leva ao crime de injúria contra a dignidade ou de decoro da vítima, na Lei de número 2.848 no artigo 140. “Existe a possibilidade do aumento de pena quando o crime é cometido de forma que facilite a divulgação ou então na presença de várias pessoas, como a internet é um meio que garante acesso a uma infinidade de pessoas a uma informação, pode incidir o aumento de pena”, explica o delegado Nélio Silva.

Além das unidades policiais, as denúncias podem ser feitas no site do Ministério Público Federal (MPF) através do preenchimento de um formulário anonimamente. Dados divulgados pela SafeNet, mostra que em 10 anos mais de três milhões de denúncias foram feitas anonimamente na Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos.

A acadêmica de fisioterapia e criadora de conteúdo Caroline Guimarães, conta que apesar de hoje em dia ter uma grande representatividade, ainda sim, possui empecilhos, e que já sofreu esse tipo de ataque. “Eu sofri alguns tipos de ataques gordofóbicos, mas nenhum diretamente. Quando passei eu ainda estava no meu processo de autoaceitação e soube lidar um pouco melhor, mas não deixou de me machucar. É por isso que eu tento diariamente no meu Instagram, conversar com as pessoas que estão fora do padrão ou que estão dentro do padrão, mas que tem questões em que se sentem mal com o seu corpo por conta da sociedade. Eu tento dialogar para elas entenderem o impacto que essas ações causam na vida de uma pessoa, eu nunca cheguei a denunciar uma situação, a diferença é que hoje em dia eu não fico calada”, relata.


Editora-chefe: Lavínia Carvalho
 
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