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30/07/2020 às 19h26min - Atualizada em 30/07/2020 às 19h22min

Brasil segue no topo dos países que mais cometem violência contra os professores

12,5% dos professores são vítimas de agressões verbais ou intimidações

Yvine Lorena Macedo Rodrigues - Editado por: Lavínia Carvalho
Foto/Reprodução: Rádio Caxias
Segundo um levantamento realizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE), o Brasil é o país que mais agride os professores. Esse estudo, baseado nos dados de 2013, relata que 12,5% dos professores são vítimas de agressões verbais ou intimidações, feitas por alunos ou seus responsáveis, pelo menos uma vez por semana.

A professora de uma escola estadual, Ronilsa Guimarães, conta que já sofreu violência verbal duas vezes, uma no seu antigo trabalho, uma escola particular, e outra na que é professora atualmente. Ela conta que nas duas situações não houve amparo da escola. "Em um dos casos o aluno levou suspensação e no outro, a diretora a diretora me disse que esse seria o desafio, continuar trabalhando para que tudo isso fosse superado. Você se sente desamparado, o próprio conselho escolar poderia ser mais efetivo nesse sentido, só acolhem situações administrativas”, conta a professora.

Em 2015 um estudo feito na Espanha pela pesquisadora Maria Díaz apontou características comuns entre os alunos que cometeram as violências, como situações de risco, ausência de proteção, problemas acadêmicos e o recebimento de punições com maior frequência. Segundo Ronilsa o perfil do agressor está ligado à base da família e que essas situações ocorrem tanto em instituições privadas, como públicas. Dependendo do projeto politico da escola, as ações pedagógicas dentro ou fora da escola tendem a diminuir ou até mesmo serem sanadas.

O delegado, Nélio Silva, explica que quando o agressor for um menor de idade, é feito o boletim de ocorrência circunstanciado, adotado quando são crimes sem violência ou grave ameaça. "Após esse boletim o caso é encaminhado para o Ministério Público, para a promotoria da infância e a partir disso vai ser decidido o que será adotado", explica. "Já quando se trata de um maior de idade, se for um crime de menor potencial ofensivo o agressor vai responder por um termo circunstancial de ocorrência, nesse processo também não há prisão, mas é encaminhado para o judiciário", finaliza.
 
 
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