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31/07/2020 às 10h47min - Atualizada em 31/07/2020 às 10h41min

Tik Tok e a guerra geopolítica entre Estados Unidos e China

Por que o governo norte-americano quer bloquear o aplicativo do país?

Kinderlly Brandão - Edição: Manoel Paulo
Tecmundo/Tilt/Folha de São Paulo
Pixabay

O TikTok, aplicativo de vídeos curtos que viralizou durante a pandemia no Brasil e em outros países, está ameaçado de ser banido nos Estados Unidos. Isso porque o presidente norte-americano Donald Trump, alega que a rede social é uma ameaça à segurança nacional e é usada para espionagem chinesa. Essa situação simboliza a rivalidade política e comercial e aumenta a tensão entre os dois países.

 

Segurança e privacidade

 

Dentre as várias acusações feitas ao TikTok, a principal é que a rede social coleta dados pessoais em massa dos usuários. Esses dados seriam supostamente passados ao governo chinês, protagonizando uma “guerra de informação”. Vale lembrar que a Índia já baniu o aplicativo do seu território, também por acusação de espionagem. 

 

De acordo com o TikTok, a segurança do aplicativo está em constante desenvolvimento. Em nota enviada ao canal Tilt, a empresa afirmou que leva as reivindicações e questões de segurança à sério e incentiva os usuários a usarem a versão mais recente do aplicativo, como parte do aprimoramento de segurança. 

 

Sobre as acusações de espionagem, o TikTok concluiu na nota que “não está disponível na China e não fornecemos dados do usuário do TikTok ao governo chinês e não o faríamos se solicitado". 

 

Estados Unidos X China

 

Os Estados Unidos vêm sugerindo cautela aos usuários e feito pressão para que o aplicativo da empresa chinesa Bytedance pare de operar no país. Vários investidores norte-americanos fizeram ofertas para comprar uma parte da rede social, mas o criador do aplicativo, Zhang Yiming, resiste. Com isso, algumas medidas foram adotadas para mostrar que a Bytedance não está relacionada com o governo chinês.

 

Além de afirmar que o aplicativo é seguro e que os dados dos usuários estão protegidos, o TikTok contratou um diretor executivo norte-americano e disse que irá criar 10 mil empregos nos Estados Unidos. No entanto, isso não foi suficiente. O governo norte-americano continua avaliando a possibilidade de proibir o aplicativo do país. Caso seja banido, o TikTok perde o acesso ao terceiro país com maior número de downloads, além de aumentar a tensão e a disputa comercial entre Estados Unidos e China.

 

No entanto, uma reviravolta pode acontecer nos próximos dias, pois a Microsoft está interessada em comprar o TikTok. A confirmação da ideia de compra se deu após o CEO da Microsoft, Satya Nadella, se encontrar com Trump e ganhar o aval do presidente. Agora, a gigante da tecnologia tem 45 dias para dar seguimento às negociações com a Bytedance. Esse prazo foi definido pelo Comitê de Investimentos Estrangeiros dos Estados Unidos.

 

A proposta de compra inclui as operações do TikTok nos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia. Ainda não há uma estimativa concreta de quanto a Microsoft poderia pagar para adquirir a rede social.

 

O potencial do TikTok

 

O aplicativo é o mais baixado da pandemia, contando com 315 milhões de downloads globais somente no primeiro trimestre do ano. Com muitas pessoas passando mais tempo em casa devido às medidas de isolamento, a procura por aplicativos e serviços que entretenham aumentou. 

 

Assim, o aplicativo virou moda no Brasil e os conteúdos criados em vídeos curtos e criativos já estão por todas as redes sociais. O crescimento da plataforma ameaçou até mesmo o Facebook, que criou uma ferramenta muito semelhante para o Instagram, chamada Reels. O novo recurso do Instagram foi implementado primeiramente no Brasil, e agora compete com o TikTok. 

 

O TikTok conta com cerca de 100 milhões de usuários nos Estados Unidos. Caso seja adquirido pela Microsoft, a empresa terá uma rede social de sucesso no mercado, competindo diretamente com o Facebook.

 


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