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07/08/2020 às 10h36min - Atualizada em 07/08/2020 às 10h22min

Na mira do STF, bolsonaristas tem contas bloqueadas no Facebook e Instagram

Inquérito já derrubou mais de 70 paginas e 16 perfis de apoiadores e aliados do Presidente

Thiago Oliveira - Edição: Manoel Paulo
G1
Poder360
O inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF), sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes, que objetiva investigar atos de calúnia, notícias falsas e injúria contra membros do Supremo e seus familiares atingiu em cheio o grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.

Com prisões preventivas, multas altíssimas para empresas e mandados de busca e apreensão, o inquérito que nasceu no ano passado e corre em segredo, vem tentando desmantelar a rede de perseguição digital criada no entorno do presidente para atingir adversários políticos.

Ainda em maio desse ano, a Policia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em cinco estados e no Distrito Federal em endereços de parlamentares, empresários e influenciadores ligados ao Presidente Bolsonaro.

Nessa operação, os alvos foram nomes já conhecidos do bolsonarismo como as deputadas federais Bia Kicis e Carla Zambelli ambas do PSL e o deputado Daniel Silveira também do PSL, além do blogueiro Alan dos Santos, do canal Terça Livre e a ativista Sara Geromini, do grupo “300 do Brasil” que teve sua prisão preventiva decretada.

Já no inicio de julho, o Facebook removeu mais de 70 contas ligadas ao presidente, filhos e seus aliados. Segundo a rede social foram removidas 35 contas no Facebook e 38 no Instagram que “manipularam o uso da plataforma antes e durante o mandato do presidente Jair Bolsonaro, incluindo a criação de pessoas fictícias que se passavam por repórteres”.

Nesta operação, os dados analisados por pesquisadores americanos apontaram que pelo menos cinco funcionários e ex-funcionários de gabinetes bolsonaristas atuavam no gerenciamento dessas redes.

Um desses nomes é o assessor especial da Presidência da Republica, Tércio Arnaud Tomaz, que publicava conteúdos de ataques a adversários políticos e faz parte do chamado “Gabinete do Ódio”, sob a tutela do filho do Presidente e vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro.

No ultimo 24 de julho, o ministro Alexandre reiterou o bloqueio de perfis de 16 aliados e apoiadores do presidente por suposta disseminação de Fake News no Twitter e Facebook. A decisão proferida em maio não foi seguida pois, segundo as redes sociais era muito “genérica" e não informou os perfis exatos que deveriam ser bloqueados.



Nomes como do presidente do PTB, Roberto Jefferson, os empresários Luciano Hang e Eduardo Corona; e os blogueiros Alan dos Santos e Bernardo Küster; e a ativista Sara Geromini, tiveram suas contas suspensas. Alguns desses, começaram a publicar de contas secundárias não listadas pelo ministro ou mudaram a localização para conseguir acessar as contas, o que levou a um novo mandado de bloqueio em caráter internacional.

Em nota o Twitter afirmou: “O Twitter bloqueou as contas para atender a uma ordem judicial proveniente de inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF). Embora não caiba ao Twitter defender a legalidade do conteúdo postado ou a conduta das pessoas impactadas pela referida ordem, a empresa considera a determinação desproporcional sob a ótica do regime de liberdade de expressão vigente no Brasil e, por isso, irá recorrer da decisão de bloqueio".

Já o Facebook, após dizer que ia recorrer da decisão, bloqueou as contas internacionais dos envolvidos. Em nota, afirmou que "Devido à ameaça de responsabilização criminal de um funcionário do Facebook Brasil, não tivemos alternativa a não ser cumprir com a ordem de bloqueio global das contas”. Mas reafirmou que vai recorrer.

Após multa de mais de R$ 1 milhão por descumprimentos anteriores e a intimação do presidente da empresa no País, Conrado Leinster, o Facebook classificou a ordem de bloqueio internacional como “extrema” e disse que ela representa “riscos a liberdade de expressão fora da jurisdição brasileira e em conflito com leis e jurisdições ao redor do mundo”.
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