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14/08/2020 às 13h20min - Atualizada em 14/08/2020 às 13h14min

A popularidade e a transformação das tirinhas nas redes sociais

Gênero textual ganha destaque nas redes sociais pela sua agilidade e identificação com o público

Caroline Melo - Editado por Bruna Araújo
Sites: esultados Digitais, Hubspot, Veja.abril, artigo "A Reconfiguração das Tirinhas nas Mídias Digitais: de como os blogs estão transformando este gênero dos Quadrinho" escrito por NICOLAU, Vítor Feitosa
Tirinha de André Dahmer
As tirinhas e os quadrinhos estão presentes ao menos em algum momento na vida da maioria dos brasileiros, seja nas aulas de Português na escola, nos jornais e revistas e, mais recentemente, esse gênero narrativo ganha cada vez mais espaço nas redes sociais.

O objetivo das tirinhas é passar uma mensagem de caráter opinativo, como uma crítica social, baseada no humor, sátira e ironia. Utilizando-se da agilidade e do imediatismo, por ser uma mensagem rápida, mas que ainda assim provoque reflexão ao leitor.

A sua introdução ao meio digital foi inevitável, assim como todas as formas de arte, gráficas ou não, e com o surgimento do jornalismo digital; as tirinhas se tornaram parte desse meio, primeiro em blogs e mais tarde no que conhecemos como redes sociais.

André Dahmer | Reprodução

Desta forma as tirinhas modificaram-se nessa migração de suporte, tendo como principal motivo a Cultura da Convergência, onde o produtor e consumidor interagem.

A passagem de um público passivo, quando as tirinhas eram publicadas em jornais e revistas, para um público ativo, redes sociais, blogs e outros meios, afetou a forma de criação e divulgação das tirinhas.

A cada nova tirinha há uma reação de cada usuário, há opiniões e interpretações, os receptores dão sugestões e ideias para novas tirinhas em novos estilos, o autor consegue divulgação gratuita do seu público; tudo isso em alguns cliques.

Das redes sociais mais usadas pelos quadrinistas destacam-se Facebook, que atualmente possui 130 milhões de usuários brasileiros, e o Instagram conta com 69 milhões de brasileiros. E apesar de serem do mesmo dono e apresentarem certas semelhanças, cada rede possui seu formato, sendo o Instagram mais visual e o Facebook um pouco mais abrangente.

No entanto, como em todo o mundo cibernético o algoritmo sabe muito bem o que mostrar aos seus usuários. O narrowcasting  consiste em disseminar informações a um público seleto, sendo assim se o quadrinista produz tirinhas unicamente abordando questões raciais e de desigualdade, seu público será em sua maioria o que se interessa por tais temas, assim como tirinhas com temáticas LGBTQ será mais visualizado por usuários interessados nesse meio.

É claro que, tudo isso pode mudar dependendo das divulgações de seu trabalho, podendo alcançar um público cada vez mais diversificado acompanhando a geração atual, que quer cada vez mais estar por dentro das questões sociais e sentimentais. Mas vale ressaltar que construir uma rede fiel de consumidores exige tempo, trabalho e muita criatividade, visto que há cada vez mais produções nesse mercado digital.

No meio de tantos produtores de conteúdo, os quadrinistas tem feito sucesso justamente pela sua identificação com o público e pelas críticas ágeis e relacionadas aos eventos cotidianos, principalmente as que acabam ganhando grande repercussão nas mídias.

Conheça a seguir alguns quadrinistas e seus quadros principais, entre tirinhas e quadrinhos, nas redes sociais:
  •  Leandro Assis é um quadrinista e ilustrador um dos autores de “Confianada”, uma série em conjunto com Triscila Oliveira, acompanha a história de uma mulher pertencente à classe alta do Rio de Janeiro que vive confinada pela atual pandemia de Covid-19, não tendo noção de seus privilégios e hipocrisia. Suas tirinhas abordam temas como racismo, desigualdade social, racismo e privilégios, ainda se relacionando com personagens de outra série de tirinhas chamada “Os Santos”.
  • “In_terpretando” - trata-se de histórias em quadrinhos e tirinhas escritas por Paulo Bruno. Sua arte aborda as vidas de pessoas negras, críticas sociais cotidianas, como violência policial, desigualdade social e muita representatividade negra, ainda contando com tirinhas inspiradas em trechos de músicas de sucesso.
  • “Boa Sorte” – escrito e ilustrado pela quadrinista Helena Cunhas, conta a história de uma adolescente que teve sua vida virada de cabeça para baixo, entre descobertas sobre si mesma, superações, temas emocionais e representatividade LGBTQ.
  • “Cristirinhas” – tirinhas escritas por Aline Cristine que cria a partir de diversos temas, utilizando-se tanto de críticas e reflexões sociais e emocionais/psicológicas, o humor e as sátiras. Representatividade LGBTQ e autoajuda são seus pontos fortes, ainda há abordagem em vídeos e animações, o que acaba sendo um diferencial.
 
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