A educação é o nosso passaporte para o futuro, pois, o amanhã pertence às pessoas que se preparam hoje. - Malcolm X (19.05.1925 - 21.05.1965)
Na última semana, uma campanha de defesa aos livros foi criada redes sociais, com utilização da TAG #DefendaOLivro, após o atual ministério da economia sugerir uma nova renda tributária de 12% nas vendas dos livros, acabando com a isenção de contribuição para os livros. Dificultando assim a assessibilidade a pessoas de baixa renda.
Um baixo assinado foi criado, com a compartilhação do link na internet para que todos que tivessem interesse pudesse participar da campanha e deixando seu protesto de apoio aos livros assinando.
A Reforma na visão das editoras
Com a aprovação da reforma editoras automaticamente serão afetadas.
Maurício sita, presidente da literare books international. Diz que: "Sob o ponto de vista do mercado editorial, o que está sendo ventilado não tem nenhum aspecto positivo. Acho até meio difícil que haja a taxação sobre os livros, pois há uma imunidade prevista na constituição". A pandemia impactou demais o varejo dos livros, as editoras estão se reinventando e não irão sucumbir a essas novas e inesperadas dificuldades. Temos a criatividade e disposição para superar essa fase difícil.
Sobre a venda dos livros Maurício acredita que "Em algum momento a ficha dos idealizadores da reforma irá cair, e respeitarão o que foi previsto pelos constituintes ao estabelecerem imunidade para o papel de imprensa e para as publicações".
"Todos sabemos que infelizmente tudo acaba sendo pago pelos consumidores. Se taxarem os livros isso será repassado para os preços, logo os livros ficarão mais caros.
Não sou pessimista a ponto de achar que os livros virariam artigos de luxo, pois qualquer taxação impactaria pouco nos preços de venda, mas é óbvio que quanto mais caro unitariamente mais difícil será para os consumidores. Sabemos que o brasileiro lê pouco, e é razoável imaginar que quanto mais caros forem os livros, menos compradores teremos" - Relata Maurício.
Carol Magalhães, Editora e idealizadora da Quintal Edições. Declara que: "A imunidade tributária dos livros democratiza o saber e assegura a livre difusão do conhecimento. Se você torna o livro inacessível, você impede que as classes desfavorecidas desfrutem do conhecimento e se eduquem. Não é possível pensar na educação do país sem favorecer a leitura". O Brasil é um país que o número de leitores não é tão grande em comparação a outros países. Essa reforma irá contribuir para que esse número caia ainda mais, "Livros mais caros, menos diversidades de publicações, todas as consequências dessa taxação serão dificultadores na promoção de leituras". - Afirma Carol.
O Brasil não tem a tradição da leitura, com o aumento dos valores dos livros a venda irá se tornar ainda mais difícil, e consequentemente irá afastar o público interessado, que não tem condições financeiras. Carol diz ainda que: "No caso de pequenas editoras, pode até mesmo inviabilizar a continuidade. Com menos casas editoriais voltadas a pequenos nichos, minorias e projetos independentes logo irá diminuir a diversidade de publicações".
A Reforma na Visão dos Leitores
Danilo Pereira, Empresário em Campinas - SP e leitor assíduo diz que devido a quarentena ocasionada pela pandemia do coronavírus, influenciou positivamente em seu hábito de leitura e passou a comprar cerca de dois a três livros por mês, lê em média de uns 15 livros por ano.
Danilo desabafa dizendo: "Sou totalmente contra essa tributação descabida, se trata de um crime contra a cultura e a educação. Um tiro no pé até economicamente, a indústria editorial no Brasil é frágil, as vezes deficitária e uma medida dessas com certeza irá piorar a situação levando editoras pequenas e médias à falência e causando ainda mais desempregos".
Danilo acredita ainda que afetará diretamente nas vendas não só de livros, como também de HQ's, mangás e revistas. Automaticamente seu interesse nas compras dos livros irá diminuir, pois embora goste muito de adquirir esses conteúdos, há um limite óbvio em seu orçamento. O empresário afirma ainda que acredita não haver um impacto positivo na implantação desse tributo. O dinheiro dos impostos nunca voltam na mesma proporção em melhorias na sociedade. Acredito que tudo não passa de um plano para inviabilizar o conhecimento e a cultura e assim abrir caminho ou facilitar os interesses políticos mais sujos.
Os livros são ferramentas utilizadas para a elevação da cultura e conhecimento, são extremamente fundamentais para a evolução e aprimoramento de qualquer sociedade, dificultar o acesso ou torná-lo inacessível não contribuirá em nada, pelo contrário contribuirá apenas para elitizar o conhecimento. A pergunta que não quer calar é "Qual será o efeito que essa reforma tributária trará sobre a educação brasileira ?
Livros tem a capacidade de fazer pessoas viajarem, sonhar sem sair do lugar ou do ambiente onde estão, eles tem a capacidade de trazer esperanças de um mundo melhor. É um tesouro, mas que esse tesouro não venha se tornar escondidos ou inalcançáveis para aqueles que o buscam".