Tanzânia, Quênia, Uganda, Ruanda, Burundi e Sudão do Sul, futuramente devem formar uma área de livre comércio e, posteriormente, uma federação política plena.
Historicamente tal formação já existia, contudo, sob outras formas e contextos. A primeira CAO estaria fortemente ligada a interesses neocoloniais, enquanto a atual seria decorrente de interesses nacionais independentes, de acordo com os estudos de Marcelo de Mello pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul intitulado “Política externa e integração na África Oriental: um estudo sobre Uganda, Tanzânia e Quênia”, de 2015.
As assimetrias econômicas entre os Estados membros e suas distintas orientações estratégicas e ideológicas no ápice da Guerra Fria foram a razão da ruptura da aliança que durou 10 anos (1967-1977). Após 23 anos do ocorrido, em 2000, uma reunificação traçou novos destinos à Comunidade: a integração de mais países e uma nova dinâmica.
Hoje, segundo estimativa da própria organização o PIB do bloco é o 17º maior do mundo. Contudo, a consistência ou metas de tal Federação ainda ganha forma.
Em entrevista à Folha de São Paulo e ao jornalista Daniel Médici em 2014, inclusive, o secretário-geral da Comunidade da África Oriental, Richard Sezibera disse em tom de humor: "Nós já entramos em acordo sobre o nome do país, Federação da África Oriental. Na verdade, é o único acordo ao qual conseguimos chegar".
A aderência da população em relação a temática também evoluiu em meio tempo. Em 2007, 73% da população leste africana era a favor de uma integração regional mais intensa objetivando uma federação política, enquanto que em 2001 esse percentual era de apenas 33%.
Em 2018 foi instituído pela CAO um comitê para a redação de uma constituição regional. Tudo indica que, em 2021 a conclusão se efetive e em 2023 as devidas formalidades legais que devem tocar a Federação da África Oriental estejam em vigor.
Entre as ações já promovidas em conjunto regionalmente está a livre circulação de cidadãos nos territórios membros e, em breve, uma moeda comum em circulação deverá perspassar o cenário.
De acordo com informações levantadas pelo Petit Journal, geopoliticamente a Federação despera interesses europeus e, no entanto, deverá contar com parcerias chinesas e indianas.