O Ministério da Educação (MEC) anunciou em agosto, que irá fornecer internet a 400 mil alunos em situação de vulnerabilidade socioeconômica do Ensino Superior e da Educação Profissional, Científica e Tecnológica. O projeto oferecerá pacotes de dados móveis (4G) para acesso às atividades escolares de forma remota. O ministro da Educação reconheceu que foi tardia as medidas e avaliou que “será uma boa iniciativa colocar a conectividade à disposição dos alunos que não têm condições de comprar esse tipo de serviço”.
O site do MEC informou que o projeto foi realizado com o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações desde julho e a prestação do serviço será coordenada pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), que já é responsável pelo fornecimento de internet via Wi-Fi nas dependências das instituições de ensino e poderá beneficiar até 900 mil estudantes.
O Ministério da Educação diz que a internet será estendido a 797 municípios com universidades e institutos federais. O total de investimento na prestação de serviço será de R$ 24 milhões. O diretor-geral da RNP, Nelson Simões, reforçou que a medida servirá para a construção de um modelo híbrido — banda larga móvel e banda larga fixa — de fornecimento de internet em larga escala.
Os estudantes de Engenharia Mecânica, Adriel De Deus, 27 anos, e Paulo Murilo Pereira, 21 anos, estão sem aula desde março, quando começou a pandemia, e a previsão de volta é no início de setembro com medidas adotadas pelo Instituto Federal do Goiás (IFG) e do MEC.
Adriel está em busca de estágio na área e está contando com o auxílio emergencial para ajudar nas despesas de casa. Para conseguir estudar no sistema de educação a distância (EAD) terá reforço do MEC e um auxílio de R$ 100 oferecido pelo IFG para pacotes de internet. “Estou animado para a retomada, apesar de chateado pela demora dessa iniciativa. Estou preocupado também com o funcionamento das matérias ou assuntos que necessitam do laboratório ou alguma atividade prática”, comentou.
Para Paulo, o sistema EAD dificulta porque só tem apenas um computador para dividir com o irmão que também é universitário. E a conexão de dados móveis fica inviável para assistir às aulas. “Tenho expectativas de que esse suporte de dados móveis e internet fixa para alunos com dificuldade financeira seja algo acessível e que não haja empecilhos que dificultam o acesso a esses benefícios”, conta.
O estudante também reforça: “espero que essa ajuda consiga atender realmente as nossas necessidades, de acesso às aulas com qualidade sem que ninguém saia prejudicado e que o projeto seja colocado totalmente em prática”.
O pró Reitor de extensão do IFG, Daniel Silva, é responsável por política de extensão dos eventos institucionais, estágio, egressos, convênios e assistência estudantil. Ele explicou que a instituição possui duas ações complementares para auxiliar os estudantes nessa jornada de estudo a distância: “o IFG criou mais dois programas: uma para prover o acesso a internet e outro para o empréstimo de equipamentos de informática. Nós, como responsáveis pela assistência, faremos a gestão interna do projeto do MEC, que será complementar ao que já estamos implantando”.