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24/09/2020 às 17h21min - Atualizada em 24/09/2020 às 17h14min

Primeiro caso de reinfecção pelo coronavírus é confirmado no Brasil

Outros casos estão sob análise

Por Cinthia Resende
Foto: Alissa Eckert
Esta semana, a Universidade de São Paulo (USP) confirmou o primeiro caso de reinfecção por Covid-19 no país. A paciente em questão é uma enfermeira que reapresentou os sintomas da doença três meses após a primeira infecção.  A mulher apresentou os sintomas no dia 13 de maio. Cerca de três meses depois, no dia 2 de julho, após passar por exames, a doença foi novamente confirmada, com sintomas mais intensos.

Segundo o infectologista Fernando Bellissimo, "nessa segunda fase da pesquisa, estamos estudando a imunidade dessas pessoas para saber se elas se reinfectaram porque o vírus sofreu mutação e enganou o sistema imune delas, ou se o sistema imune não reagiu o suficiente diante da primeira infecção e, por isso, ela estaria se infectando agora”, pontuou.

Outros casos de reinfecção estão em investigação no Brasil. Em Minas Gerais, a Secretária de Saúde afirmou que quatro casos estão sendo investigados. Os pacientes são de Belo Horizonte, Contagem, Varginha e Itabira.

Primeiros casos

No dia 24 de agosto, a Universidade de Hong Kong publicou um artigo que confirmou a reinfecção pelo novo coronavírus em um homem de 33 anos de idade. O homem, que havia se infectado em março, voltou a apresentar a doença após voltar da Espanha. Na primeira vez, ele apresentou sintomas leves, foi internado, mas saiu do hospital assim que os novos exames testaram negativo. Após quatro meses, o homem voltou a testar positivo depois de um exame feito em um aeroporto. Dessa vez, ele estava assintomático. “Análises epidemiológicas, clínicas sorológicas e genômicas confirmaram que o paciente teve uma reinfecção em vez de uma eliminação persistente do vírus que causou a primeira infecção”, relatam os pesquisadores. 

No dia 25 de agosto a emissora belga NOS informou que uma idosa holandesa haveria se reinfectado e que novos testes genéticos seriam feitos para confirmar ou descartar a hipótese. O caso belga é semelhante ao paciente de Hong Kong. A mulher contraiu a doença em março e, recentemente, em junho. Na segunda vez, os sintomas foram mais leves.

Em relação ao primeiro caso brasileiro, o infectologista completa: “No caso dessa paciente, ela teve sintomas mais intensos na segunda vez, mas não ficou grave em nenhum momento”. Contudo, cada relato precisa ser investigado cuidadosamente. “Um caso publicado por um hospital do Ceará documentou que um paciente teve uma forma moderada na segunda vez. Em outro caso, nos Estados Unidos o paciente veio a falecer”, finalizou.
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